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Merkel e a Alemanha sob ameaça

A chanceler alemã Angela Merkel está, definitivamente, sob pressão. Sua credibilidade está abalada após o atentado terrorista em Berlim na última segunda-feira, reivindicado pelo Estado Islâmico. A política de acolhimento a refugiados, que permitiu a entrada de mais de 1 milhão de imigrantes no país no último ano, tem sido duramente criticada, e apontada por alguns […]

ANGELA MERKEL: chanceler alemã participa de missa em homenagem às vítimas do atentado em Berlim / Michael Kappeler/Reuters

ANGELA MERKEL: chanceler alemã participa de missa em homenagem às vítimas do atentado em Berlim / Michael Kappeler/Reuters

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 20h05.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h43.

A chanceler alemã Angela Merkel está, definitivamente, sob pressão. Sua credibilidade está abalada após o atentado terrorista em Berlim na última segunda-feira, reivindicado pelo Estado Islâmico. A política de acolhimento a refugiados, que permitiu a entrada de mais de 1 milhão de imigrantes no país no último ano, tem sido duramente criticada, e apontada por alguns como a causa do atentado. O ex-líder do partido independente do Reino Unido, Nigel Farage, chegou a afirmar que este é o legado de Merkel. Aliados como o primeiro-ministro da Bavária, Horst Seehofer, pediram a revisão das medidas de acolhimento, em respeito à população da Alemanha.

Apesar da tragédia, nesta quarta-feira, as feiras de Natal serão retomadas em Berlim, de acordo com o ministro de Interior Thomas de Maizière. “Simplesmente parar seria errado”, afirmou. Outros países, porém, decidiram adotar medidas drásticas. No Reino Unido, as principais ruas em volta do Buckingham Palace, casa da rainha Elizabeth II, ficarão bloqueadas pelos próximos três meses, como forma de prevenção. Barreiras físicas já serão colocadas nesta quarta. Na França, está decretado estado máximo de ameaça, com alto nível de vigilância.

Ainda não se sabe se o autor do crime era um refugiado. Caso seja, Merkel afirmou que seria “particularmente repugnante”. Ela sempre defendeu sua política, elogiada por especialistas em imigração e organizações de direitos humanos, com muita serenidade. Mas o atentado aumenta a pressão. Este mês, ela foi reeleita líder do Partido Cristão-Democrático, o que a consolida como candidata para disputar seu quarto mandato nas eleições do ano que vem. Mas, na ocasião, ela precisou salientar que jamais permitirá que a sharia, chamada “lei islâmica”, seja implantada em seu território, além de ter defendido a proibição da burca. Uma tentativa de acalmar os ânimos dentro do próprio partido. 

Os discursos não têm convencido. Em setembro, nas eleições estaduais, o partido de Merkel recebeu menos votos que o nacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD), em Mecklemburgo, onde ela fez sua carreira política. Até o dia 22 de outubro de 2017, data da eleição do próximo chanceler, muita coisa pode acontecer. A segurança do cargo que Merkel ocupa desde 2000 está tão ameaçada quanto a da própria Alemanha.

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