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Merkel reconhece "derrota dolorosa" em eleição regional

Seu partido conservador CDU, aliado aos liberais do FDP, perdeu na eleição de domingo


	A chanceler alemã, Angela Merkel: ela brigará por um terceiro mandato à frente do governo
 (Johannes Eisele/AFP)

A chanceler alemã, Angela Merkel: ela brigará por um terceiro mandato à frente do governo (Johannes Eisele/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2013 às 12h09.

Berlim - A chanceler alemã Angela Merkel reconheceu a "derrota dolorosa" de seu partido conservador CDU aliado aos liberais do FDP na eleição regional realizada no domingo.

"Vocês podem imaginar quais são os nossos sentimentos em relação a um tal acontecimento", declarou durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira em Berlim Merkel, que brigará por um terceiro mandato à frente do governo.

Ao final de uma noite cheia de suspense na Baixa Saxônia (norte), os sociais-democratas do SPD, aliados aos Verdes, superaram a coalizão dos conservadores (CDU) e liberais (FDP), a mesma que governa o país em nível nacional.

"Uma derrota nessas condições é ainda mais dolorosa", acrescentou em referência à vitória com apenas um assento a mais que a oposição nesta região.

Desde o início de seu segundo mandato, em 2009, o partido da chanceler perdeu espaço em quase todas as eleições locais e acumulou grandes derrotas, principalmente nos grandes estados do oeste, como a Renânia do Norte-Westfália e Bade-Wurtemberg.

No domingo, o CDU registrou um recuo de mais de 6 pontos em relação à eleição anterior, mesmo que grande parte desta perda se explique pelo apoio acordado pelos eleitores conservadores ao FDP, que aparecia quase morto nas pesquisas, a fim de ajudá-lo a superar a linha de 5% que permite eleger candidatos.

Os liberais, por sua vez, terminaram com seu melhor resultado na história, 9,9%, mas isso custou a vitória do CDU, considerou a imprensa.


"Hoje, estamos tristes por não ter funcionado", admitiu Merkel, que tentou minimizar o efeito dessa derrota nas eleições legislativas de 22 de setembro.

"Ainda não estamos em campanha eleitoral (...) Temos uma série de tarefas a cumprir, a situação econômica é frágil", explicou.

Seu porta-voz Steffen Seibert foi ainda mais categórico durante uma coletiva de imprensa nesta manhã. "Um ponto fundamental: ontem, moradores da Baixa Saxônia votaram por seu parlamento regional, nada mais, nada menos", disse ele.

Ainda assim, a chanceler deve estar alerta, apesar de sua grande popularidade pessoal, que permite ao CDU se manter acima dos 40% das intenções de voto em nível nacional, isso pode não se traduzir em votos, como foi "com David McAllister (o ministro-presidente da Baixa Saxônia derrotado no domingo), que também era muito apreciado, mas que não foi capaz de vencer", considerou Niels Diederich, cientista político da Universidade Livre de Berlim.

A vitória na Baixa Saxônia, reduto do último chanceler social-democrata, Gerhard Schröder, deve trazer uma nova dinâmica à campanha dos sociais-democratas (SPD) e do adversário de Angela Merkel, Peer Steinbrück.

Este último se distanciou nas sondagens, após um início de campanha desastroso, marcado por polêmicas, como suas palestras muito bem pagas, e gafes, como sobre o salário de chanceler, que ele considerou "insuficiente".

"Após as eleições na Baixa Saxônia, o SDP não está tão mal" em vista das legislativas, acrescenta Diederich. "A campanha será mais acirrada", profetizou o Der Spiegel.

*Matéria atualizada às 13h09

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