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Merkel quer ter "discussão clara" com Bolsonaro sobre desmatamento

ONGs pedem que o governo brasileiro adote "medidas rigorosas" contra o desmatamento e assuma "compromissos" em favor do Acordo de Paris sobre o Clima

Merkel: a chanceler alemã quer se reunir com o presidente Bolsonaro durante a cúpula do G20 no Japão (Hannibal Hanschke/Reuters)

Merkel: a chanceler alemã quer se reunir com o presidente Bolsonaro durante a cúpula do G20 no Japão (Hannibal Hanschke/Reuters)

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AFP

Publicado em 26 de junho de 2019 às 14h51.

Última atualização em 26 de junho de 2019 às 15h30.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta quarta-feira (26) que deseja conversar com o presidente Jair Bolsonaro sobre o desmatamento no Brasil, mas excluiu comprometer a conclusão iminente do acordo comercial UE/Mercosul.

"Assim como vocês, vejo com grande preocupação a questão das ações do presidente brasileiro (em relação ao desmatamento) e, se ela se apresentar, aproveitarei a oportunidade no G20 para ter uma discussão clara com ele", afirmou a chanceler alemã aos seus deputados, às vésperas da cúpula que começa na sexta-feira em Osaka (Japão).

A expansão das atividades agrícolas no Brasil, fortemente apoiada pelo governo do presidente Bolsonaro, acontece às custas do desmatamento em massa e causa cada vez mais conflitos com as comunidades tradicionais.

Essa situação levou 340 ONGs europeias e sul-americanas, incluindo o Greenpeace e Amigos da Terra, a questionarem o acordo comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).

A conclusão deste acordo é "iminente", segundo os presidentes do Brasil e da Argentina, após 20 anos de negociações.

As ONGs exigem "medidas rigorosas" contra o desmatamento e "compromissos" em favor do Acordo de Paris sobre o Clima.

"Acredito que a não conclusão do acordo com o Mercosul não contribuiria de forma alguma para o fato de que um hectare a menos seja desmatado no Brasil, pelo contrário", ressaltou Merkel, afirmando que "esta não é a resposta para o que está acontecendo no Brasil".

O acordo UE/Mercosul também é muito criticado por agricultores europeus, que temem uma inundação de produtos sul-americanos com a abolição de certos direitos aduaneiros.

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