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Merkel quer proibir ultradireitista NPD após assassinatos de imigrantes

A chanceler classificou de 'vergonha para a Alemanha' a existência de uma trama terrorista de extrema-direita em seu país

Cartaz do NPD diante do museu judeu em Berlim: o partido, com 6,9 mil militantes, é considerado o principal refúgio de neonazistas da Alemanha (Odd Andersen/AFP)

Cartaz do NPD diante do museu judeu em Berlim: o partido, com 6,9 mil militantes, é considerado o principal refúgio de neonazistas da Alemanha (Odd Andersen/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2011 às 13h46.

Leipzig - A chanceler alemã, Angela Merkel, propõe um novo processo de proibição contra o ultradireitista Partido Nacional Democrático (NPD), após a descoberta da trama terrorista de assassinatos em série de imigrantes supostamente cometidos por grupo neonazista.

Nesta segunda-feira, a cúpula da União Democrata-Cristã (CDU), liderada por Merkel, apresentou no congresso da formação em Leipzig (leste) uma moção para reativar o processo de ilegalização iniciado em 2000 contra o NPD, que na época foi rejeitada por razões formais pelo Tribunal Constitucional.

A própria Merkel classificou nesta segunda, na abertura do congresso da CDU, de 'vergonha para a Alemanha' a existência de uma trama terrorista de extrema-direita, revelada por causa do suicídio de dois neonazistas, supostos assassinos materiais de ao menos nove imigrantes e uma policial, entre 2000 e 2007.

Na moção, assinada por Merkel, pelo secretário-geral do partido, Hermann Gröhe, e por outros 27 delegados, a CDU se declara 'consternada' pelos crimes, que revelam a determinação da extrema-direita de lutar com métodos terroristas contra o Estado de direito.

A célula revelou a brutalidade e o desprezo da democracia desses grupos, prossegue o texto, no qual reafirma o compromisso da CDU de esclarecer os fatos e endurecer a luta contra a extrema-direita.


O NPD, com 6,9 mil militantes e considerado o principal refúgio de neonazistas da Alemanha, elegeu neste domingo Holger Apfel, representante da ala mais radical e reconhecido antissemita, como seu novo presidente, em um congresso em Neuruppin (leste da Alemanha).

Apfel, que substitui o 'histórico' líder do NPD e seu rival interno, Udo Voigt, estreou com discurso em que anunciou a passagem para o radicalismo sério, com o objetivo de recuperar a militância perdida nos últimos anos.

O congresso ocorreu a portas fechadas, em meio a protestos da população na rua pela autorização desse fórum e sem a presença da imprensa aos debates, além dos afins à própria formação.

O NPD, com cadeiras nas câmaras dos estados da Saxônia e Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental (leste), perdeu nos últimos anos um terço de sua militância, o que unido a várias sanções por irregularidades contábeis o colocou à beira da ruína.

Para tentar atenuar essa situação e cerrar fileiras fundiu-se no início do ano com a União do Povo Alemão (DVU), partido moderado dentro do âmbito da extrema-direita.

Nenhuma das legendas obteve jamais uma cadeira no Parlamento federal (Bundestag) por não ter alcançado o mínimo de 5% de votos necessários para aceder à Câmara. 

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