Angela Merkel: conversas entre os partidos começaram no final de novembro, mas as negociações não têm sido fáceis (Hannibal Hanschke/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 06h24.
Última atualização em 11 de janeiro de 2018 às 07h36.
O destino político da Alemanha, e da chanceler alemã Angela Merkel, juntamente com seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), será selado nesta quinta-feira.
Termina hoje o último round de negociações entre a CDU e o segundo colocado nas eleições de setembro no país, o Partido Social Democrata (SPD), de Martin Schulz, para que ambos consigam reatar a Grande Coalizão, grupo que governou a Alemanha nos últimos quatro anos.
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As conversas entre os partidos começaram no final de novembro, mas as negociações não têm sido fáceis: há diversas disparidades ideológicos entre os dois partidos e muitos membros do SPD acreditavam que este era o momento de deixar parte da coalizão e ser uma posição de fato.
Outra ala do partido enxerga que esse é o momento de avançar suas pautas no processo democrático e ganhar espaço dentro do governo.
Merkel teve de recorrer ao SPD em novembro para formar a maioria, depois que conversas com outros dois partidos menores, o Partido Verde (Grüne) e o Partido Liberal Democrata (FDP), desandaram.
Embora a CDU tenha tido a maior parte dos votos, 32,9%, o desempenho foi o pior para os conservadores desde 1949, o que legou a Merkel a uma situação difícil na negociação de uma coalizão. O SPD teve 20,5% dos votos, mas passou os últimos 4 anos no governo como uma oposição interna.
Até a noite de quinta-feira, os legisladores tinham chegado a acordos em termos de legislação tributária, redução de emissão de carbono, investimento em transporte público e até em programas para imigrantes qualificados. Mas ainda pendem na balança programas sociais e pautas mais amplas para a imigração.
Caso os dois partidos não consigam firmar uma parceria, sobraria a Merkel um governo de minoria — ou seja, teria que negociar todas as pautas no Bundestag, o parlamento alemão. Se nada for firmado, restará somente chamar novas eleições.
Um desfecho cruel para a maior economia da Europa, que mantinha, até aqui, estabilidade política como um de seus trunfos.