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Merkel pede que Israel renuncie a novas colônias

Segundo o governo alemão, com os planos de novos assentamentos, "Israel enterra a confiança em sua disposição de negociar com a parte palestina"


	Merkel: a chanceler lembrou que o espaço para a possível instauração de um Estado palestino está sendo cada vez mais reduzido
 (Reuters)

Merkel: a chanceler lembrou que o espaço para a possível instauração de um Estado palestino está sendo cada vez mais reduzido (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2012 às 17h57.

Berlim - Diante da visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que desembarcará na Alemanha na próxima quarta-feira, a chanceler Angela Merkel pediu nesta segunda-feira para Israel renunciar seu projeto de construção de novos assentamentos nos territórios palestinos.

Isso porque, o governo de Berlim segue com uma "extraordinária preocupação" sobre a autorização da construção de novas colônias na Cisjordânia e em Jerusalém, apontou o porta-voz Steffen Seibert.

"Com esses planos, Israel enterra a confiança em sua disposição de negociar com a parte palestina e, principalmente, de retomar as negociações diretas para uma solução no Oriente Médio", completou Seibert.

Através de seu porta-voz, Merkel pediu para Netanyahu renunciar esses planos, lembrando que o espaço para a possível instauração de um Estado palestino está sendo cada vez mais reduzido.

Seibert indicou que essa questão seria abordada na reunião que Merkel possui com Netanyahu nesta semana, na qual, acrescentou, a chanceler alemã espera falar de todas as questões de índole bilateral e multilateral "abertamente", como "corresponde o diálogo entre amigos".


Fontes do Ministério das Relações Exteriores precisaram, no entanto, que Berlim não pensa em retirar seu embaixador em Israel.

A declaração do porta-voz vem à tona dois dias antes da chegada de Netanyahu a Berlim, sendo que, na última semana, a Alemanha se absteve da votação sobre a aceitação da Palestina como estado observador não membro na ONU.

Israel, por sua vez, acolheu com esse fato com decepção, já que, por causa de uma suposta linha de apoio incondicional a Tel-Aviv, Berlim deveria votar contra.

No último sábado, em mensagem, Merkel ratificou seu pleno apoio a Israel, qualificado de "única democracia" de sua região, assim como seu compromisso com uma solução ao conflito baseado em dois Estados, palestino e israelense.

A chefe do governo alemão receberá Netanyahu na próxima quarta-feira para a quarta rodada de consultas, instituídas segundo o modelo de encontros que a Alemanha mantém com seus principais sócios europeus - como França, Espanha e Polônia, assim como EUA, Rússia e China. 

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