O terrorismo internacional pode ser combatido eficazmente com a colaboração de parceiros fora da Aliança, afirmou a chanceler (Sean Gallup/Geyy Images)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2011 às 08h30.
Munique - A chanceler alemã, Ángela Merkel, garantiu neste sábado o apoio da União Europeia (UE) às mudanças que se aproximam nos países do norte da África e ao atual movimento de protesto no Egito.
"No Egito haverá mudanças", afirmou a chanceler alemã em seu durante discurso na Conferência de Segurança de Munique.
A chefe do Governo alemão assinalou que as mudanças devem tomar forma e ressaltou que a UE está disposta a apoiar o processo de transição.
Declarou que é "absolutamente necessário" defender os direitos de liberdade do povo egípcio e se mostrou satisfeita pelo fato de os protestos naquele país se desenvolverem de maneira pacífica.
A política democrata-cristã ressaltou que a política externa deve guiar-se sempre pelos Direitos Humanos, embora tenha reconhecido que o modelo de democracia ocidental não é exportável a todas as regiões do mundo.
Apesar de tudo, comentou que existe "uma linha vermelha" que não deve ser ultrapassada e que está marcada pelos direitos humanos universais da Carta das Nações Unidas.
Em seu discurso em Munique, a chanceler alemã destacou que a Aliança Atlântica e Ocidente não podem sozinhas ajudar a resolver os inúmeros conflitos no mundo.
"Precisamos de parceiros no mundo. E para consegui-los devemos nos esforçar cada vez mais", disse Merkel.
O terrorismo internacional pode ser combatido eficazmente com a colaboração de parceiros fora da Aliança, afirmou a chanceler, que destacou a crescente importância dos países emergentes, também em questões de segurança.
A chefe do Governo germânico indicou que cada país da Aliança Atlântica deve responsabilizar-se por proteger e defender diante de possíveis "ciberataques".
Nesse sentido, disse que, como todas as ações militares do século 21, a luta contra os ataques por meio da internet deve ser incluída no conceito da segurança.
Após afirmar que "já não enfrentamos a ameaça militar clássica", Merkel comentou que o conceito da dissuasão, que tem sua origem no desaparecimento da Guerra Fria, sobreviveu amplamente.