Chanceler Angela Merkel: ela insistiu na necessidade de acelerar os processos de decisão com relação a pedidos de asilo (REUTERS/Hannibal Hanschke)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2015 às 09h13.
Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, ratificou nesta quarta-feira sua disposição a responder com responsabilidade ao "desafio humanitário de amparo de refugiados", respaldada na solidez econômica de seu país e sem desviar de sua linha de consolidação orçamentária.
"Nosso mercado de trabalho é robusto, como a nossa economia", apontou a chanceler perante o parlamento federal (Bundestag), em seu discurso no debate sobre os Orçamentos do Estado de 2016, para afirmar que essa situação é produto do "rumo de solidez orçamentária" marcada por seu governo.
Esta situação permitirá agora destinar os 6 bilhões de euros adicionais anunciados ontem pelo ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, para fazer frente ao amparo de refugiados, indicou a chanceler, em alusão aos 800 mil solicitantes que estima-se que chegarão ao país neste ano.
O amparo digno desses refugiados é "de absoluta prioridade" para a Alemanha, acrescentou Merkel, para quem seu país deve reagir a esse desafio com uma atitude "exemplar".
A chanceler insistiu na necessidade de acelerar os processos de decisão com relação a esses pedidos, para distinguir com rapidez entre os que têm perspectivas de ficar no país e os que não as têm por procederem de países considerados seguros.
O propósito de seu governo, indicou Merkel, é responder ao desafio de brindar uma proteção digna aos perseguidos por conflitos como a Síria, sem se separar da linha de consolidação orçamentária e do objetivo do "novo endividamento zero" defendido por Schäuble, tanto para 2015 como para o próximo ano.
Merkel insistiu em sua defesa em uma repartição "justa" dos refugiados entre os 28 membros da União Europeia (UE) e mostrou expectativa perante a fórmula que, em paralelo, apresentava hoje o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, perante o parlamento Europeu (PE).
A chanceler defendeu nestes dias com insistência a implantação de cotas vinculativas para a repartição dos 120 mil refugiados chegados nos últimos meses à Itália, Grécia e Hungria.