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Merkel espera Hollande sem renegociar pacto

Pacto fiscal não pode ser discutido, assim como qualquer tratado europeu após eleições em um país, acredita a chanceler da Alemanha

O novo chefe do Palácio do Eliseu será recebido em Berlim ''de braços abertos'', insistiu Merkel (Wolfgang Kumm/AFP)

O novo chefe do Palácio do Eliseu será recebido em Berlim ''de braços abertos'', insistiu Merkel (Wolfgang Kumm/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2012 às 20h56.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, aguarda o presidente eleito da França, François Hollande, ''de braços abertos'', mas sem renegociar o pacto fiscal, mostrando-se convencida de que a austeridade não prejudica o crescimento e, também, que o grande desafio não está em Paris, mas em Atenas.

O pacto fiscal não pode ser discutido, assim como qualquer tratado europeu após eleições em um país, ''porque se for assim não se poderia trabalhar na União Europeia'', afirmou nesta segunda-feira a chanceler referindo-se à vitória do socialista francês sobre o grande aliado de Merkel nos últimos anos, Nicolas Sarkozy.

O novo chefe do Palácio do Eliseu será recebido em Berlim ''de braços abertos'', insistiu Merkel, que disse ainda que trabalhará ''intensamente'' com ele na busca de uma fórmula para resolver o ''ponto essencial'' da questão: ''conseguir ao mesmo tempo uma consolidação orçamentária e um crescimento sólido'', já que ''um não anda sem o outro''.

Esta convicção não é nova, nem precipitada pela vitória de Hollande, defende Merkel, mas está há muito tempo ''incorporada às discussões'' na UE, o mesmo que um pacto para estimular a criação de empregos.

A perseverança é o forte de Merkel, e nisso ela parece basear sua certeza de que haverá um acordo que não envolva um ''gigantesco programa conjuntural'' em detrimento do objetivo do déficit que está fixado pelo Tratado de Maastricht em 3% do PIB.

''A situação da Grécia não está isenta de complexidade'', admitiu Merkel, em relação aos resultados eleitorais de ontem, com a vitória do partido Nova Democracia.


''Vamos ver qual é a formação do governo resultante'', cuja formação compete exclusivamente ''aos gregos'', acrescentou.

Berlim não vai se desinteressar de Atenas e considera vigentes todos os acordos internacionais adotados para seu resgate, ''independentemente de qual for a nova formação'', lembrou o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.

As avaliações de Merkel nesse ''dia seguinte'' de uma jornada eleitoral em formato múltiplo tinham também uma perspectiva alemã. A União Democrata-Cristã (CDU) da chanceler se salvou nas eleições regionais de Schleswig-Holstein, mas provavelmente não poderá continuar governando neste estado federado.

O Partido Liberal, parceiro tanto nesse ''Land'' fronteiriço com a Dinamarca como em Berlim, festejou os 8,2% obtidos, apesar do número representar uma clara queda em relação aos 14,9% anteriores.

As razões da euforia é que ela rompeu a sequência de maus resultados da legenda desde que se tornou aliada de Merkel - em 2009 - e que em sucessivos pleitos regionais recebeu porcentagens mínimas, a última delas de 1,2%.

''É um resultado sólido'', afirmou hoje Merkel, apesar de a CDU não lhe servir para tentar salvar sua coalizão nesse ''Land''.

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