Mundo

Merkel: é preciso buscar pontos em comum com Trump sobre Otan

A chanceler também admitiu a necessidade de aumentar os gastos de seu país com defesa

Angela Merkel: segundo ela, é em "interesse próprio da Alemanha" que a cooperação deve ser reforçada (Petras Malukas/AFP)

Angela Merkel: segundo ela, é em "interesse próprio da Alemanha" que a cooperação deve ser reforçada (Petras Malukas/AFP)

E

EFE

Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 14h26.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, insistiu nesta segunda-feira que é necessário buscar "pontos de coincidência" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, especialmente em relação ao papel da Otan, e admitiu a necessidade de aumentar os gastos de seu país com defesa, como reivindica o governo americano.

"Já disse o que eu tinha que dizer em relação à política migratória da nova administração dos Estados Unidos", afirmou a chanceler em entrevista coletiva ao comentar as críticas que fez, após sua primeira conversa telefônica com Trump, ao veto para a entrada de cidadãos de vários países de maioria muçulmana nos EUA.

Agora é momento de "buscar afinidades", acrescentou a chanceler, que lembrou a menção de ambos nessa conversa para o papel relevante que dão à Otan, depois que o próprio Trump qualificou de "obsoleta" a aliança militar.

"Sabemos que a Alemanha deve fazer mais em matéria de defesa", disse a chanceler, que lembrou que, durante o mandato do presidente Barack Obama, se mostrou disposta a atender a esta reivindicação de seu aliado transatlântico e admitiu que agora, com Trump, isso adquiriu uma "nova significação".

É em "interesse próprio da Alemanha" que a cooperação deve ser reforçada "com um grande parceiro", como os Estados Unidos, indicou Merkel, que mencionou nesse sentido tanto os serviços secretos, como a defesa.

A chanceler fez essas declarações em um comparecimento conjunto com o líder da Baviera, Horst Seehofer, que até agora mostrou maior proximidade com Trump do que ela, e até elogiou abertamente algumas medidas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos.

Merkel não mencionou quais serão as ações que a Alemanha adotará caso os EUA concretizem medidas protecionistas que prejudiquem os interesses econômicos do país e de suas empresas.

"Não tenho motivo algum para especular em relação a isso", afirmou a chanceler, para insistir em sua "clara aposta" pelo multilateralismo. Além disso, Merkel reiterou que é preciso "tempo" para saber como será o proceder dos Estados Unidos.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaAngela MerkelDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Otan

Mais de Mundo

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"