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Merkel é honesta com EUA ao ressaltar diferenças, diz porta-voz

Chanceler alemã gerou preocupação nos Estados Unidos e Reino Unido ao dizer, no domingo, que a Europa precisa tomar seu destino nas próprias mãos

Angela Merkel: chanceler afirmou em um evento lotado em Munique que os dias nos quais a Europa podia contar totalmente com outros "acabaram até certo ponto" (Jim Bourg/Reuters)

Angela Merkel: chanceler afirmou em um evento lotado em Munique que os dias nos quais a Europa podia contar totalmente com outros "acabaram até certo ponto" (Jim Bourg/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de maio de 2017 às 10h11.

Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, acredita firmemente nas relações fortes entre seu país e os Estados Unidos e está sendo simplesmente honesta com Washington ao ressaltar as diferenças de posições, disse um porta-voz da líder alemã nesta segunda-feira.

Merkel gerou preocupação em Washington e Londres ao dizer, no domingo, que a Europa precisa tomar seu destino nas próprias mãos, dando a entender que os EUA sob o comando do presidente Donald Trump e o Reino Unido pós-União Europeia não são mais parceiros confiáveis.

A chanceler fez o comentário depois de Trump criticar grandes aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) devido a seus gastos militares e se recusar a endossar o Acordo do Clima de Paris em duas cúpulas consecutivas na semana passada.

"As palavras da chanceler falam por si mesmas, elas foram claras e compreensíveis", disse Steffen Seibert durante uma coletiva de imprensa regular do governo em Berlim nesta segunda-feira, acrescentando: "Foi uma transatlanticista profundamente convicta que falou".

Após as cúpulas da Otan e do G7, Merkel afirmou em um evento lotado em Munique que os dias nos quais a Europa podia contar totalmente com outros "acabaram até certo ponto".

"Tive essa experiência nos últimos dias", disse. "E é por isso que só posso dizer que nós, europeus, precisamos tomar nosso destino em nossas próprias mãos - claro que mantendo a amizade com os Estados Unidos da América, mantendo a amizade com a Grã-Bretanha e como bons vizinhos onde quer que isso seja possível também com outros países, até com a Rússia".

Os comentários feitos por Merkel aos aliados bávaros de sua União Democrata Cristã foram particularmente contundentes tendo em conta que, como fã dos EUA na adolescência passada na Alemanha Oriental comunista, ela sempre foi conhecida como uma atlanticista resoluta.

Seibert ressaltou que isso não mudou.

"Aqueles de vocês que noticiam a respeito da chanceler há muito tempo saberão como as relações germano-americanas são importantes para ela", disse ele em entrevista coletiva.

"Elas são um pilar firme de nossas políticas externa e de segurança, e a Alemanha irá continuar a trabalhar para fortalecer estas relações", afirmou, acrescentando que Merkel já disse antes que o continente precisa tomar seu destino nas próprias mãos.

"Por as relações transatlânticas serem tão importantes para esta chanceler, é certo, de seu ponto de vista, falar honestamente sobre as diferenças", disse Seibert.

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