Mundo

Merkel anuncia busca de candidato de consenso para suceder Wulff

Os partidos da coalizão governamental buscarão com a oposição social-democrata e verde um sucessor para a Presidência alemã

Christian Wulff anunciou nesta sexta-feira renúncia após ter sido acusado de corrupção e de tráfico de influência (Wolfgang Kumm/AFP)

Christian Wulff anunciou nesta sexta-feira renúncia após ter sido acusado de corrupção e de tráfico de influência (Wolfgang Kumm/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2012 às 08h37.

Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou nesta sexta-feira que os partidos da coalizão governamental buscarão com a oposição social-democrata e verde um candidato de consenso para a sucessão de Christian Wulff na Presidência da Alemanha.

Em uma declaração institucional concedida pouco depois da renúncia de Wulff, Merkel afirmou que havia recebido a notícia 'com grande respeito' e 'pesar', e ressaltou que o presidente demissionário e sua esposa Bettina representaram a Alemanha 'com dignidade'.

Merkel também se referiu aos esforços feitos por Wulff para despertar consciência sobre a importância da integração dos imigrantes, o que, para a chanceler, faz parte do legado do presidente demissionário.

'Christian Wulff nos deu incentivos importantes e deixou claro que a força deste país está em sua diversidade', disse Merkel referindo-se à prioridade dada ao tema da integração dos imigrantes durante seu mandato.

Merkel também mencionou o pedido feito na quinta pela Promotoria de Hannover ao Bundestag, o Parlamento federal, para que suspenda a imunidade de Wulff, o que precipitou sua renúncia.

Nesse sentido, destacou que 'um dos fortes do estado de direito é tratar todos por igual, não importa o cargo que ocupe'.

Diante dessa situação, disse Merkel, Wulff chegou à conclusão que não podia desempenhar devidamente seu cargo, visto que parte da população tinha perdido a confiança nele.

'Christian Wulff deu prioridade ao respeito que seu cargo merece sobre a convicção de ter agido corretamente. Isso é algo que merece expressamente o meu respeito', afirmou Merkel.

As últimas acusações contra Wulff tiveram origem em sua etapa como governador da Baixa Saxônia, por suas relações com o produtor cinematográfico David Groenewold, que também é investigado.

Em 2007, Groenewold e Wulff passaram férias juntos na exclusiva ilha alemã de Sylt, que foram pagas pelo primeiro, embora o presidente tenha garantido que ressarciu aquele que qualificou como 'amigo pessoal'.

As férias aconteceram um ano depois que o governo da Baixa Saxônia, presidido por Wulff, aprovou a concessão de um milhão de euros a uma empresa de Groenewold.

A crescente polêmica por supostos casos de 'amizade' de Wulff explodiu em 13 de dezembro. Na ocasião, o jornal 'Bild' publicou que, quando era primeiro-ministro regional, havia aceitado um crédito privado de meio milhão de euros com condições bastante vantajosas de empresários amigos para adquirir uma casa.

Acompanhe tudo sobre:PolíticaPaíses ricosEuropaAlemanhaCorrupçãoEscândalosFraudes

Mais de Mundo

França manda prender mulher por roubo de ouro do Museu de História Natural de Paris

Rússia diz que ainda não há data para encontro entre Putin e Trump

Acordo de US$ 20 bilhões entre Argentina e EUA não freia corrida por dólares antes das eleições

Sarkozy é o primeiro ex-presidente da França preso desde a 2ª Guerra Mundial