Angela Merkel: chanceler alemã admite que será difícil fazer EUA parar espionagem na Alemanha (AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2014 às 11h26.
Berlim, 12 jul - A chanceler alemã, Angela Merkel, reconheceu que será difícil conseguir que os EUA abandonem suas práticas de espionagem na Alemanha, mas insistiu que é importante ressaltar as diferenças de postura com relação ao trabalho dos serviços secretos.
'Acho que não é fácil convencer os EUA que mudem totalmente o trabalho de seus serviços secretos, se trata de uma postura geral. Por isso temos que deixar claro que temos posturas diferentes', disse Merkel em entrevista à 'ZDF'.
Merkel disse que não poder predizer qual será a conduta dos EUA com relação a isso, mas falou que naturalmente esperava que a ação fosse suspensa.
A detenção, na semana passada, de um suposto duplo agente que filtrou informação a Washington da comissão parlamentar que investiga as atividades da NSA foi um golpe às tentativas de acalmar as coisas com relação ao persistente escândalo da espionagem em massa dos EUA na Alemanha.
À detenção, seguiram na quarta-feira os registros no Ministério da Defesa por suspeitas de que outro infiltrado transferia informação a Washington.
Desde o governo de Angela Merkel trataram de minimizar os efeitos desses dois casos e o ministro do Interior, Thomas de Maizière, tachou de 'ridícula' a informação que podiam ter adquirido com esses métodos.
Em paralelo buscaram soluções rápidas à situação criada e, retirando um confronto total com Washington, optou por pedir ao enviado da CIA que deixasse o país.
Na entrevista, Merkel deixou claro que as práticas de espionagem que foram detectadas não tem nada a ver com uma cooperação entre amigos.
'Não pode haver confiança quando um tem que assumir que está sendo espionado. Queremos uma cooperação entre aliados e isso implica que não nos espionemos mutuamente', disse.
Apesar suas críticas, Merkel disse que não vê razões para reduzir a cooperação da Alemanha com os serviços secretos alemães e se mostrou contra uspender as negociações para um tratado de livre-comércio entre a UE e EUA. EFE