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Merkel abre portas para a redução mais agressiva de emissões

A Alemanha anunciou em nível individual que, para esse mesmo ano, aspira reduzir em 40% suas emissões de CO2 e outros gases poluentes com relação a 1990


	A Alemanha anunciou em nível individual que, para esse mesmo ano, aspira reduzir em 40% suas emissões de CO2 e outros gases poluentes com relação a 1990
 (Clemens Bilan/AFP)

A Alemanha anunciou em nível individual que, para esse mesmo ano, aspira reduzir em 40% suas emissões de CO2 e outros gases poluentes com relação a 1990 (Clemens Bilan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2015 às 10h16.

Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, abriu nesta terça-feira a porta para que a União Europeia (UE) amplie seus objetivos de redução de emissões de gases que instigam a mudança climática além dos fixados no ano passado.

A chefe do governo alemão fez estas declarações em seu discurso no sexto Diálogo do Clima de Petersberg, um fórum informal que entre ontem e hoje procura em Berlim fazer avançar as negociações multilaterais para encontrar na Cúpula do Clima de Paris no final do ano um substituto ao Protocolo de Kioto.

"A UE já mandou um sinal claro no ano passado ao anunciar que reduziria até 2030 pelo menos em 30% suas emissões com relação a 1990. Mas o termo 'pelo menos' deixa a porta aberta a voltar a refletir internamente se devemos realizar mudanças", assegurou Merkel.

A Alemanha anunciou em nível individual que, para esse mesmo ano, aspira reduzir em 40% suas emissões de CO2 e outros gases poluentes com relação a 1990.

A chanceler considerou que a UE e os países industrializados têm que se envolver de maneira especial na luta contra o aquecimento global, já que estas economias contribuíram durante "muitos anos" à mudança climática, em comparação com os emergentes e em vias de desenvolvimento.

Além disso, Merkel afirmou que os países industrializados têm a "obrigação" de ajudar os emergentes transferindo tecnologia que lhes permita reduzir suas emissões.

Segundo sua opinião, os "países em desenvolvimento necessitam de apoio" em primeiro lugar para "mitigação e adaptação" frente aos efeitos já palpáveis do aquecimento global -como a desertificação, as catástrofes naturais e a alta do nível do mar- e não contam com "meios próprios".

"Temos que ajudá-los", disse após lembrar que há "responsabilidades diferenciadas" devido ao grau de desenvolvimento e uma "responsabilidade comum" que é deter o aquecimento e descarbonizar as economias de todo o mundo para a segunda metade deste século.

O acordo que deve sair da cúpula de Paris deve ser "compreensivo" com "regras vinculativas" para empresas e países, um texto que diferencie os países, que preveja financiamento para mitigação e adaptação, e que proponha incentivos para o abandono do crescimento baseado nas emissões de CO2.

Além disso, Merkel indicou a necessidade de estabelecer uma "agenda com os próximos passos", um "plano a longo prazo" e a necessidade de que todos os países apresentem seus planos de redução de emissões ao longo deste ano.

Na sua opinião, é necessário um mecanismo de supervisão que certifique se, com os objetivos comprometidos por cada país, seja possível cumprir o objetivo final, o de não ultrapassar os dois graus centígrados de aquecimento.

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