Mundo

Mercosul e UE iniciam rodada para discutir comércio

UE é principal parceiro comercial do Mercosul; objetivo das reuniões é a criação de um tratado de livre-comércio

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2010 às 15h48.

Bruxelas - Representantes da Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) e dos países do Mercosul (formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) iniciaram hoje em Bruxelas uma nova rodada de negociações, na qual se centrarão em discutir o comércio.

Esta é a segunda vez que a Comissão Europeia e o Mercosul se reúnem desde que decidiram retomar as conversas em maio, no marco da última cúpula euro-latino-americana.

No encontro, essas nações discutirão principalmente as questões comerciais do acordo, informaram fontes do órgão executivo da UE.

"Todas as partes se comprometeram a fazer progressos rápidos", destacaram.

As discussões comerciais que vão até sexta-feira incluirão assuntos como comércio de bens, serviços e investimentos, compras públicas, barreiras técnicas ao comércio, medidas sanitárias e fitossanitárias, tarifas alfandegárias e propriedade intelectual.

Outros assuntos que estão na pauta de negociações são política de concorrência, instrumentos de defesa do mercado e desenvolvimento sustentável.

A primeira rodada mantida desde a decisão de se retomar as negociações, que estavam estagnadas desde 2004 diante da falta de avanços na Rodada de Doha para a liberalização do comércio mundial, havia sido em Buenos Aires.

Segundo fontes diplomáticas, as delegações dos países do Mercosul e da Comissão Europeia abordarão esta semana especialmente questões comerciais do acordo de associação entre os blocos, já que é "o que está mais atrasado".

No entanto, afirmaram que a UE e o Mercosul seguem adiante, de forma paralela, discutindo o diálogo político e a cooperação.

Fontes da comissão destacaram que o tratado comercial é "muito importante tanto para a UE quanto para o Mercosul".


O Mercosul se encontra entre os dez destinos mais importantes para as exportações da UE e, "dado seu rápido e sustentável crescimento econômico, é um passo lógico que seus membros concluam um tratado de livre-comércio (TLC) com o Mercosul", destacaram.

O órgão executivo da UE ressaltou que esse mercado "continua protegido" por tarifas de exportação "relativamente altas", e que ainda não concluiu um TLC com nenhum de seus principais parceiros comerciais.

"Um TLC daria efetivamente aos exportadores, provedores de serviços e investidores da UE lucros consideráveis", afirmaram.

O tratado entre os dois blocos busca eliminar as tarifas de produtos, liberalizar o comércio de serviços e investimentos e desenvolver medidas a fim de criar "um entorno mais propício" para os negócios.

Na opinião da Comissão Européia, este acordo poderia proporcionar "grandes lucros" para o Mercosul, já que o mercado europeu representa 500 milhões de habitantes "com alto poder aquisitivo" (de mais de US$ 30 mil per capita de Produto Interno Bruto - PIB), e um PIB total de cerca de US$ 16,5 trilhões, o que representa mais de 21% do PIB mundial.

Além disso, a UE constitui o primeiro parceiro comercial do Mercosul (também o primeiro do Brasil e o segundo da Argentina).

"Os países do Mercosul poderiam colher importantes benefícios de um melhor acesso ao mercado europeu não só em agricultura, mas também em outros campos como produtos industriais, serviços e contratações públicas", ressaltaram as fontes da UE.

Além disso, informaram que todos eles são setores nos quais os países do Mercosul são "cada vez mais competitivos", de modo que através do tratado poderão aumentar suas exportações e atividades.

Leia mais sobre comércio exterior

Siga as últimas notícias de Mundo no Twitter 


 

 

Acompanhe tudo sobre:ComércioComércio exteriorEuropaMercosulUnião Europeia

Mais de Mundo

Ataque aéreo de Israel atinge Beirute e aumenta tensão com o Líbano

Dez anos após desaparecimento de 43 estudantes no México, caso segue sem conclusão

O que é PETN, químico altamente explosivo que pode ter sido usado em pagers do Hezbollah

Novo centro de processamento de minerais vai fazer com que o Canadá dependa menos da China