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Mercosul: o impasse venezuelano

No Mercosul, a única certeza é a incerteza. O Uruguai deveria passar hoje a presidência do bloco para a Venezuela, cumprindo a rotatividade de seis meses do cargo. Mas o novo líder está longe de ser bem-vindo: a cúpula chegou ao ponto de marcar uma reunião para ontem, às pressas, para falar do país-problema, e a […]

CORRIDA POR COMIDA: venezuelanos cruzam a fronteira com a Colômbia para comprar o que falta em seu país / Manuel Hernandez/ Reuters

CORRIDA POR COMIDA: venezuelanos cruzam a fronteira com a Colômbia para comprar o que falta em seu país / Manuel Hernandez/ Reuters

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2016 às 06h43.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h52.

No Mercosul, a única certeza é a incerteza. O Uruguai deveria passar hoje a presidência do bloco para a Venezuela, cumprindo a rotatividade de seis meses do cargo. Mas o novo líder está longe de ser bem-vindo: a cúpula chegou ao ponto de marcar uma reunião para ontem, às pressas, para falar do país-problema, e a chanceler venezuelana Delcy Rodríguez apareceu ao encontro sem ter sido convidada. Nada ficou definido e, na próxima quinta-feira 14, haverá nova consulta para saber quem irá ceder.

O Uruguai defende que o estatuto seja cumprido e que se siga a ordem natural do bloco- que é a alfabética. O Brasil quer que a presidência só seja trocada em agosto, enquanto o Paraguai acusa o presidente venezuelano Nicolás Maduro de descumprir a cláusula democrática, o que seria suficiente para suspender o país do Mercosul. A Argentina disse que topa pular a letra “V” e antecipar sua chegada à presidência. A Venezuela acusa uma violação das regras do jogo.

Ao pedir o adiamento da decisão, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, alega que a Venezuela ainda tem até o próximo mês para se adequar às regras tarifárias, comerciais e legais de adesão ao Mercosul. O prazo para adequação nas mais de 1.100 normas vence no próximo dia 12 de agosto e o argumento é que, caso o país não passe a adotar o conjunto estabelecido, nada de presidência.

O New York Times concorda que é o momento de exigir adequação. Em editorial publicado ontem, o jornal americano afirmou que, entre as exigências, podem estar a libertação imediata de todos os presos políticos, a realização do referendo revogatório de Maduro ainda este ano e a autorização à ajuda humanitária em regiões afetadas pela escassez de comida e remédios. Seria um sopro democrático que ajudaria a melhorar a imagem do país, e do próprio bloco, no mercado internacional.

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