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Mercosul entregará oferta comercial à UE em breve, diz Dilma

Os dois blocos negociam um tratado de livre-comércio há cerca de uma década e concordaram em entregar neste ano suas respectivas propostas


	Dilma Rousseff durante declaração a imprensa na VII Cúpula Brasil-União Europeia: o Brasil defende agora que o Mercosul permita a seus integrantes negociarem novos tratados comerciais em diferentes ritmos
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma Rousseff durante declaração a imprensa na VII Cúpula Brasil-União Europeia: o Brasil defende agora que o Mercosul permita a seus integrantes negociarem novos tratados comerciais em diferentes ritmos (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2015 às 16h19.

Bruxelas - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira em Bruxelas, após seu encontro com o primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, que o Mercosul está pronto para entregar em breve uma oferta para o acordo de livre-comércio que negocia com a União Europeia (UE).

"Disse ao primeiro-ministro que o Brasil e o Mercosul estão em condições de apresentar suas ofertas comerciais à União Europeia nos próximos dias ou meses", declarou Dilma, que chegou hoje à capital belga para participar da II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos e a União Europeia (CELAC-UE).

Os dois blocos negociam um tratado de livre-comércio há cerca de uma década e, após reiniciarem contatos nos últimos meses, concordaram em entregar neste ano suas respectivas propostas de produtos e serviços que podem incluir no acordo.

"Esperamos que dessa forma (com a entrega da proposta do Mercosul), esse assunto evolua de forma satisfatória do ponto de vista da União Europeia", acrescentou Dilma.

Antes de viajar para Bruxelas, a presidente manifestou seu desejo de aproveitar a cúpula para reiterar o interesse do Brasil e do bloco sul-americano em concretizar o acordo comercial com a UE.

Nos últimos meses, o Brasil se somou às reivindicações do Uruguai e do Paraguai sobre as limitações que o Mercosul impõe a seus membros para avançar em acordos comerciais com outros países ou blocos, já que a norma interna determina que as negociações ocorram de forma conjunta.

A Argentina, o outro membro do bloco, é o que mais restrições impôs ao acordo com a UE.

O Brasil defende agora que o Mercosul permita a seus integrantes negociar novos tratados comerciais em diferentes ritmos, o que pode acelerar as conversas com a UE.

Nas declarações que concedeu após sua reunião com o primeiro-ministro belga, Dilma afirmou que foram debatidas as perspectivas comerciais abertas diante da nova conjuntura internacional.

"Trocamos ideias sobre o momento que o mundo atravessa, com o fim do superciclo de (elevada demanda mundial de) matérias-primas e a necessidade de que sejam ampliados a cooperação econômica, o comércio internacional e os investimentos", disse.

Dilma também declarou que debateu a possível participação de empresas belgas no multimilionário plano de concessões que o Brasil anunciou ontem para impulsionar o investimento privado em infraestruturas e enfrentar as atuais dificuldades econômicas do país.

"As empresas belgas que estão no Brasil têm grande experiência em áreas como portos e infraestrutura em geral. Para nós é muito importante que essa relação se expanda", disse.

Durante a reunião de mais de uma hora com Charles Michel, Dilma também conversou sobre economia, a evolução das relações entre Cuba e Estados Unidos e a preparação do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016. 

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