Fábrica de carros no Brasil: emergentes vão puxar o crescimento no mundo (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
Washington - As economias emergentes devem crescer em ritmo quase três vezes mais rápido que as nações ricas neste ano, apontou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quarta-feira.
A China será um motor de crescimento para muitas economias, especialmente para nações exportadoras de commodities, mas o mundo desenvolvido enfrenta perspectivas reduzidas, segundo o relatório Perspectiva Econômica Mundial.
Para o FMI, a recuperação global continua frágil porque as políticas econômicas ainda não estavam implementadas para permitir uma transição suave do apoio estatal à demanda privada.
"A recuperação global está continuando, mas sua força ainda não está garantida", avaliou no relatório.
A necessidade de países ricos encerrarem o auxílio aos setores financeiros e começarem a controlar os orçamentos inflados dos governos pesará, no ano que vem, sobre o crescimento das economias emergentes, que terão de incentivar a demanda doméstica, previu o FMI.
O Fundo cortou sua previsão de crescimento global em 2011 para 4,2 por cento, frente à estimativa feita em julho de 4,3 por cento. Para este ano, a expectativa é de que a expansão mundial seja de 4,8 por cento, acima do prognóstico anterior de 4,6 por cento.
O crescimento dos países emergentes deve desacelerar para 6,4 por cento em 2011, após taxa de 7,1 por cento neste ano, acrescentou o organismo.
O FMI disse que as economias desenvolvidas com grandes dívidas precisam começar o ajuste fiscal no início de 2011, mas ponderou que os países com espaço fiscal devem adiar os cortes de gastos se o crescimento ameaçar desacelerar mais que o esperado.
O Fundo aconselhou que a política monetária deveria continuar expansionista na maioria das economias avançadas, dizendo que muitas nações com juro perto de zero podem ter de recorrer a mais medidas extraordinárias se a demanda enfraquecer inesperadamente.
Ásia impulsiona recuperação
Com o crescimento de 9,6 por cento previsto para a China no ano que vem e a expansão de 8,4 por cento projetada para a Índia, as economias asiáticas estão no comando da recuperação.
Mas o FMI disse que a China e outros países emergentes da Ásia precisam permitir a apreciação de suas moedas para ajudá-los a sair da dependência das exportações.
Tóquio interveio nos mercados de câmbio pela primeira vez em seis anos no mês passado, para conter o fortelecimento do iene.
O FMI considera que o valor do iene está "amplamente em linha com os fundamentos de médio prazo", afirmando que o dólar está "no lado forte".
De acordo com o Fundo, o crescimento econômico dos Estados Unidos será bem mais fraco neste ano e em 2011, devido a um gasto pessoal menor, diminuindo as perspectivas de redução no desemprego.
Na Europa, o FMI disse que a recuperação deve seguir moderada e desigual, ainda que tenha "ganhado algum vigor".
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