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Mercado musical segue em queda apesar de avanço do setor digital

Segundo a Federação Internacional da Indústria Fonográfica, 95% dos downloads são ilegais

Valor dos negócios musicais no mundo caiu em torno de 9%, de 2009 para 2010 (stock.XCHNG)

Valor dos negócios musicais no mundo caiu em torno de 9%, de 2009 para 2010 (stock.XCHNG)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 13h46.

Londres - A renda gerada pelos downloads legais de música se multiplicou por 10 nos últimos sete anos, mas o mercado musical perdeu quase um terço de seu valor como resultado da pirataria digital, segundo um relatório da indústria fonográfica publicado nesta quinta-feira em Londres.

"Esta é uma crise que afeta não apenas uma indústria, mas também artistas, músicos, o emprego, os consumidores e o setor criativo de maneira geral", afirma Frances Moore, diretora executiva da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI).

Ela indica que 95% dos downloads de música feitos na internet são ilegais, o que dá uma ideia do "grande desafio" enfrentado pela indústria, principalmente em países como a Espanha, que tem um dos maiores índices de pirataria digital.

Apesar de tudo, o setor digital - que representa 29% do negócio musical no mundo - gerou 4,6 bilhões de dólares em 2010, um aumento de 1000% em relação aos 420 milhões registrados em 2004.

No mesmo período, por outro lado, o valor do negócio musical caiu 31%.

Embora não disponha ainda de dados definitivos para 2010, a IFPI estima que esta queda tenha ficado entre 8 e 9% em relação aos 17,3 bilhões de dólares de 2009.

A baixa teve "um efeito demolidor no emprego", diz Moore, apontando que a Europa pode perder até 1,2 milhão de postos de trabalho na indústria criativa por causa da pirataria, o que representa cerca de 10% da força de trabalho do continente, estimada em 14 milhões.

Apesar disso, a IFPI - que reúne 1.400 companhias fonográficas em 66 países - destaca avanços na conscientização dos governos sobre a necessidade de combater este fenômeno global em conjunto com as indústrias afetadas e os provedores de acesso à internet (IPS).

"Os governos começaram a se dar conta de que isto é motivo de desemprego, e que não é apenas um problema da indústria musical", acredita Max Hole, diretor executivo da Universal Music. "É precivo haver uma associação. É difícil coloar isto em movimento, mas ela já começou a rodar".

Apesar de uma série de boas notícias em países como França, Coreia do Sul e Irlanda, a IFPI destaca que ainda há muito trabalho a fazer em lugares como a Espanha, onde as vendas de música despencaram cerca de 55% entre 2005 e 2010 e 44% dos internautas ativos utilizam serviços de download ilegais.

"Se os outros mercados europeus fossem como a Espanha, poderíamos fechar as portas e ir para casa", afirma Frances Moore, dizendo esperar que o governo aprove finalmente uma legislação para combater os downloads ilegais.

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