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Mercadante critica greve de professores universitários

A paralisação atinge 41 universidades federais e duas instituições de ensino superior

Mercadante atribuiu a demora nas negociações sobre restruturação da carreira à morte do principal negociador desse assunto no governo (Valter Campanato/ABr)

Mercadante atribuiu a demora nas negociações sobre restruturação da carreira à morte do principal negociador desse assunto no governo (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2012 às 20h37.

São Paulo - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, criticou nesta quarta-feira o movimento grevista de professores das universidades federais, que entrou no seu sexto dia. "Não me lembro de nada semelhante", disse. A principal crítica do ministro é a de a paralisação ter sido deflagrada ainda em um momento em que negociações estavam em andamento. Mercadante, que já foi integrante da associação de professores de universidades federais, afirmou ter "muitas greves nas costas". Mas disse não ver razão para a deflagração de movimento se negociações estão em aberto.

A paralisação atinge 41 universidades federais e duas instituições de ensino superior. Na terça, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Federal de São Paulo aderiram ao movimento. "As discussões são uma ficção. O que eles estão fazendo é cozinhar o galo", afirmou Argus de Almeida, integrante do Comando Nacional de Greve do Sindicato Nacional dos Docentes de Institutos de Ensino Superior (Andes).

Mercadante atribuiu a demora nas negociações sobre restruturação da carreira à morte do principal negociador desse assunto no governo, o secretário de recursos humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira.

No fim do ano passado, governo e representantes de docentes firmaram um acordo com três metas: reajuste de 4% dos salários a partir de março, incorporação das gratificações aos salários e negociação para carreira de professores, que entraria em vigor a partir de 2013. Mercadante afirma que os dois primeiros itens foram cumpridos. "O problema é que negociações voltaram para estaca zero. E o governo mostra-se irredutível em alguns pontos", disse Almeida. O movimento considera essencial o aumento do piso salarial para jornada de 20 horas, de R$ 500 para R$ 2.100.

O ministro disse esperar que profissionais reflitam sobre o impacto que a greve irá gerar e retomem o diálogo. "Uma paralisação como essa traz muitos prejuízos para 1 milhão de alunos. A sociedade investe pesado para sustentar as universidades federais". Almeida acredita que o discurso de Mercadante desta quarta-feira dá sinais de que o governo poderá ceder em alguns pontos. "Ele já amornou o discurso", disse. Na próxima segunda, representantes de professores e integrantes do Ministério do Planejamento deverão se reunir para discutir a restruturação da carreira. "Não acredito que a greve termine ali. Há ainda muita negociação pela frente mas o importante é que o movimento mostrou sua força".

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