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Mentor do 11/9 diz que 'não há justiça' em Guantánamo

Cinco foram acusados pelas 2.976 mortes nos atentados de 11 de setembro de 2001 e vários crimes de terrorismo e podem ser condenados à morte


	Guantánamo: Sheikh Mohammed, compareceu ao tribunal  junto com seu sobrinho Ammar al Baluchi (Ali Abdul Aziz Ali); Walid bin Attash, Ramzi bin al Shibh e Mustafa al Hawsawi
 (Virginie Montet/AFP)

Guantánamo: Sheikh Mohammed, compareceu ao tribunal  junto com seu sobrinho Ammar al Baluchi (Ali Abdul Aziz Ali); Walid bin Attash, Ramzi bin al Shibh e Mustafa al Hawsawi (Virginie Montet/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2012 às 20h02.

Fort Meade - Khalid Sheikh Mohammed, o autoproclamado "mentor" dos atentados de 11 de setembro de 2001, compareceu nesta segunda-feira novamente diante da Comissão Militar de Guantánamo e considerou que "não existe justiça".

O acusado respondeu assim quando o juiz James Pohl lhe perguntou se entendia seu direito de estar presente na corte durante as audiências que serão realizadas nesta semana e se os renunciava, caso decidisse não assisti-las.

"Sim, mas não acredito que exista qualquer justiça nesta corte", disse Sheikh Mohammed, que exibiu uma longa barba tingida com henna e que compareceu à corte vestido com uma túnica branca e um turbante junto com outros quatro suspeitos pelos ataques.

Apesar da resposta desafiante, sua atitude e dos outros acusados foi bem diferente da manifestada nas primeiras audiências em maio, quando não responderam ao juiz, não prestaram atenção ao processo, e inclusive se levantaram para rezar.

Na audiência de hoje, o juiz Pohl autorizou aos acusados a opção de assistir ou não ao restante das audiências que acontecem nesta semana na base militar de Guantánamo, em Cuba.

Pohl afirmou que os acusados poderão "escolher voluntariamente se querem comparecer ou não à corte, sempre e quando entenderem seu direito de estarem presentes, se assim o desejam".


Os acusados deverão solicitar uma permissão para que fiquem isentos da presença na corte o dia todo, não poderão entrar e sair, esclareceu o juiz, que pediu aos advogados que informem seus clientes dos direitos aos quais renunciarão caso não compareçam às audiências, assim como o de representarem a si mesmos.

Durante a audiência, a defesa discutiu com a promotoria sobre a obrigatoriedade da assistência dos acusados nas audiências prévias ao julgamento da comissão militar.

O juiz Pohl disse que, apesar de sua decisão afetar somente as audiências desta semana, este é um assunto que quer resolver logo para que não se torne um tema recorrente mais adiante.

Sheikh Mohammed, compareceu junto com seu sobrinho Ammar al Baluchi (Ali Abdul Aziz Ali); Walid bin Attash, antigo segurança de Osama bin Laden; Ramzi bin al Shibh, que seria supostamente um dos pilotos, e Mustafa al Hawsawi, suposto encarregado do financiamento dos ataques.

Os cinco foram acusados pelas 2.976 mortes nos atentados de 11 de setembro de 2001 e vários crimes de terrorismo, além de conspiração e ataques aos civis, causar intencionalmente danos, sequestro de aeronaves e violação das leis de guerra, entre outros, e podem ser condenados à morte. 

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