Partes do Boeing 737 MAX: pedaços do avião foram encontrados na Indonésia (Edgar Su/Reuters)
Reuters
Publicado em 18 de outubro de 2019 às 14h51.
Última atualização em 18 de outubro de 2019 às 14h55.
Washington — A Boeing entregou mensagens de 2016 entre dois funcionários que sugerem que a fabricante de aviões pode ter enganado a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) sobre um sistema de segurança essencial no 737 MAX, disseram fontes informadas sobre o assunto.
A FAA confirmou nesta sexta-feira (18) que a Boeing disse na véspera sobre mensagens internas descobertas "há alguns meses" que caracterizam "certas comunicações com a FAA durante a certificação original do 737 MAX em 2016".
A FAA disse que considerou as mensagens preocupantes e "está revisando essas informações para determinar que ação é apropriada".
Fontes disseram à Reuters que as mensagens internas da Boeing levantaram questões sobre o desempenho do chamado sistema anti-stall do MCAS, que foi atrelado aos dois acidentes da aeronave. A Boeing se recusou a comentar imediatamente.
As mensagens são entre o então chefe técnico de pilotos do MAX e outro piloto da Boeing, disseram as fontes, e levantaram questões sobre o desempenho do MCAS no simulador.
A FAA reiterou que está "seguindo um processo completo, e não uma linha do tempo prescrita, para devolver o Boeing 737 MAX ao serviço. A agência irá retirar a ordem de suspensão somente depois de determinarmos que a aeronave está segura".
Por outro lado, o Comitê de Comércio do Senado dos EUA confirmou que questionará o presidente-executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, em uma audiência de 29 de outubro, um dia antes de um painel da Câmara dos Deputados para interrogá-lo.
As ações da Boeing caíam 3,7% após a reportagem da Reuters, ajudando a reduzir a média industrial do Dow Jones para uma sessão negativa.