Lima - O ex-congressista peruano Carlos Raffo divulgou nesta quinta-feira um suposto auto-retrato do ex-presidente Alberto Fujimori, no qual está escrita a frase "perdão pelo que não cheguei a fazer e pelo que não pude evitar".

O fujimorista distribuiu à imprensa a fotografia do quadro, que apareceu pela primeira vez na "Panamericana Televisión", um veículo que apoia o ex-presidente.

Fontes próximas da ex-candidata presidencial e filha de Alberto Fujimori, Keiko Fujimori, disseram à Agência Efe que não tinham relação com a difusão do retrato e da suposta mensagem, e mencionaram Carlos Raffo, que divulgou a fotografia.

Carlos Raffo também distribuiu recentemente pelas redes sociais uma foto de Fujimori convalescente e com aspecto lamentável na cama, extraída aparentemente de sua ficha médica.

Carlos Raffo, publicitário e ex-congressista pelo partido fujimorista Aliança pelo Futuro (2006-2011), foi assessor do ex-presidente durante os últimos anos de seu governo.

Em janeiro de 2012, Raffo foi sentenciado a três anos de prisão não efetiva por ter recebido US$ 400 mil que pertenciam ao Estado por parte do ex-assessor presidencial Vladimiro Montesinos.

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No quadro é possível ver Fujimori vestido com um poncho andino e com um chapéu no meio de uma paisagem difusa e colorida, cumprimentando com uma mão e sorrindo para o lado da tela em que se pode ler a mensagem.

Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão pela autoria mediata de 25 assassinatos e de dois sequestros durante o seu governo (1990-2000), além de ser sentenciado a penas menores por corrupção.

A família do ex-mandatário de 74 anos solicitou no dia 10 de outubro um indulto humanitário em seu favor por supostamente ser um "paciente de câncer de alto risco" e porque a prisão piora seu estado de saúde.

Os que se opõem ao indulto alegam, entre outras coisas, que Fujimori não pediu perdão e que não assinou sua solicitação de indulto.

Os médicos que tratam Fujimori no Instituto Nacional de Doenças afirmaram que é um paciente que teve câncer na língua, mas que se encontra sob controle.

A solicitação de indulto de Fujimori tem que ser avaliada por uma comissão do Ministério da Justiça e Direitos Humanos, após o qual será feito um relatório que será entregue ao presidente Ollanta Humala para que tome uma decisão, uma resposta que não tem prazo estabelecido.