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Menores de idade começam a deixar zonas das Farc na Colômbia

Essa iniciativa faz parte do acordo para superar meio século de conflito armado entre os guerrilheiros e o as forças rebeldes

Zona das Farc: nestas zonas se agrupam os rebeldes para deixar as armas e se reincorporar à vida civil

Zona das Farc: nestas zonas se agrupam os rebeldes para deixar as armas e se reincorporar à vida civil

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AFP

Publicado em 3 de março de 2017 às 12h57.

Última atualização em 3 de março de 2017 às 13h42.

As operações para a saída de menores de idade das zonas de concentração da guerrilha das Farc tiveram início na Colômbia, dentro de um acordo para superar meio século de conflito armado, informou nesta sexta-feira o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

"Já está em andamento a primeira operação humanitária do ano de 2017, na qual os menores de idade deixarão as Zonas Veredais Transitórias de Normalização", afirmou a CICV.

Nestas zonas se agrupam os rebeldes para deixar as armas e se reincorporar à vida civil.

A Cruz Vermelha afirmou que haverá diversas operações do mesmo tipo em várias partes do país, com a participação de organizações sociais designadas para "preparar os menores de ide para sua transferência e o posterior processo de reintegração".

A presença de menores nas fileiras das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), principal e mais antiga guerrilha do país, foi um dos temas mais delicados do processo de negociação de paz do governo de Juan Manuel Santos.

No final de janeiro, o presidente exigiu dos rebeldes que entregassem os menores de 15 anos, como haviam acertado em março do ano anterior. Além disso, em maio de 2016 foi combinada a saída das crianças em breve, mas o processo demorou por problemas operacionais dos rebeldes.

Até a presente data, saíram apenas 13 menores dos acampamentos, segundo o governo.

Representantes de Bogotáda guerrilha ativaram, em 26 de janeiro, os protocolos para a saída de todos os menores de 18 anos existentes nas tropas insurgentes.

As partes concordaram que o processo iniciaria assim que a guerrilha estivesse concentrada nas 26 zonas do país onde, no mais tardar, no fim de maio, deverão depor todas as armas. A fase de reagrupamento foi concluída em 18 de fevereiro.

O governo não informou quantos menores há nas fileiras das Farc, apesar de, em maio de 2016, o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, ter falado de cerca de 170.

Segundo o comandante guerrilheiro Pastor Alape, encarregado pelas Farc para este tema, nas fileiras rebeldes há cerca de 23 menores de 15 anos.

Na quarta-feira, as Farc também deram início ao processo de entrega de armas, ponto essencial do acordo de paz.

Alçadas contra o Estado em 1964, as Farc selaram um acordo de paz com o governo de Bogotá depois de quatro anos de negociações que estabelecem que os rebeldes deveriam depor as armas em um período de 180 dias a partir de 1º de dezembro, o chamado "dia D", em um processo supervisionado pelas Nações Unidas.

Segundo o cronograma acertado, a entrega das armas será feita em três fases: em D+90 são entregues 30% das armas; em D+120, outros 30%; e em D+150, os demais 40% restantes, para terminar no mais tardar no dia D+180.

Mas, antes da primeira etapa, deveriam ser cumpridos passos prévios: registro das armas, destruição do armamento instável (explosivos, minas) e armazenamento das armas pesadas.

Houve um atraso devido a problemas logísticos da guerrilha e deveria ter terminado em 31 de dezembro, mas foi completado em 18 de fevereiro.

Dessa forma, as partes concordaram em iniciar o processo nesta quarta, sem modificar o limite dos 180 dias.

A ONU, que destinou 450 observadores internacionais para esta missão, elogiou em um comunicado "o consenso das partes de iniciar sem mais demora".

O "armazenamento gradual" em contêineres começou com a recepção das armas dos 322 membros das Farc que integram o Mecanismo de Monitoramento e Verificação, uma entidade tripartite (guerrilha, governo e ONU) que deve controlar o cessar-fogo.

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