Mundo

Menino morto se torna símbolo para manifestantes na Síria

Vídeo no YouTube mostrando o corpo dele ensanguentado provocou indignação internacional

Protestos na Síria (AFP)

Protestos na Síria (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2011 às 14h32.

Beirute - Um menino sírio, que ativistas dizem ter sido torturado e morto por forças de segurança do governo, se tornou um poderoso símbolo para os manifestantes que enfrentam uma repressão sangrenta nos protestos contra o presidente Bashar Al-Assad.

Uma foto de infância de Hamza al-Khatib, de 13 anos, foi estampada nos cartazes dos manifestantes em toda a Síria, depois que um vídeo no YouTube mostrando o corpo dele ensanguentado provocou indignação internacional.

Autoridades sírias negam que o menino foi torturado, afirmando que ele foi morto em uma manifestação na qual gangues armadas dispararam contra as forças de segurança.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse estar "muito preocupada" com o caso de Khatib.

"Eu acho que isso simboliza para muitos sírios um colapso total de qualquer esforço por parte do governo sírio de escutar e colaborar com seu próprio povo", disse Hillary em coletiva de imprensa. "Eu só posso esperar que essa criança não tenha morrido em vão..."

Khatib, assim como o vendedor de frutas Mohamed Bouazizi, que ateou fogo ao próprio corpo na Tunísia, e Neda Agha Soltan, cujos últimos momentos de vida foram gravados e divulgados na Internet, se tornaram um poderoso símbolo para os manifestantes que exigiam maior liberdade em seus países.

Algumas autoridades para os direitos humanos acreditam que o caso do menino dará um impulso para os protestos na Síria.

O vídeo mostrou o corpo inchado do menino, com feridas de tiros em seus braços, abdômen e peito, além de hematomas no rosto e nas pernas. Dois homens, aparentemente examinadores médicos, então dizem que o pênis de Khatib foi cortado. Essa imagem está com falhas. O vídeo aparentemente foi gravado em 25 de maio.


Khatib desapareceu durante os protestos de 29 de abril e seu corpo foi devolvido à família cerca de um mês depois.

Grupos defensores dos direitos humanos afirmam que mais de 10 mil pessoas foram detidas em 10 semanas de protestos em toda a Síria.

Cerca de 1.000 civis foram mortos nos confrontos, o que levou os Estados Unidos e a União Europeia a impor sanções contra Assad.

Acompanhe tudo sobre:DitaduraEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaGooglePolítica no BrasilProtestosSíriaVídeosYouTube

Mais de Mundo

Alckmin vai ao Vaticano representar governo na missa de início de pontificado do Papa Leão XIV

Houthis pedem que Trump pare de apoiar Israel se quiser a paz no Oriente Médio

Biografia de Pepe Mujica: ele foi agricultor, preso político e presidente

Quem é Lucía Topolansky, mulher de Pepe Mujica