Mundo

Menino foi o 1º a avisar sobre naufrágio na Coreia do Sul

Menino ligou para o número de emergência na Coreia do Sul, que o transferiu para os bombeiros, que por sua vez acionaram a Guarda Costeira, dois minutos depois


	Sewol afunda na Coreia do Sul: balsa naufragou na quarta-feira passada, no trajeto entre a localidade portuária de Incheon e a ilha turística de Jeju
 (KIM HONG-JI/Reuters)

Sewol afunda na Coreia do Sul: balsa naufragou na quarta-feira passada, no trajeto entre a localidade portuária de Incheon e a ilha turística de Jeju (KIM HONG-JI/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2014 às 09h10.

Seul - O primeiro pedido de socorro vindo da balsa que naufragou na Coreia do Sul partiu de um menino com voz trêmula, três minutos depois de a embarcação fazer a curva final.

Ele ligou para o número de emergência na Coreia do Sul, que o transferiu para os bombeiros, que por sua vez acionaram a Guarda Costeira, dois minutos depois. A isso se seguiram outros 20 chamados de crianças a bordo para a emergência, segundo relato de um bombeiro à Reuters.

A balsa Sewol naufragou na quarta-feira passada, no trajeto entre a localidade portuária de Incheon e a ilha turística de Jeju.

Dos 476 passageiros e tripulantes, 339 eram alunos e professores numa excursão de colégio. Apenas 174 pessoas foram resgatadas, e as demais supostamente se afogaram.

O menino que fez o primeiro contato, de sobrenome Choi, está entre os desaparecidos.

Segundo relato de um bombeiro ao canal de TV MBC, a voz dele tremia e transmitia urgência. Demorou um pouco até que a balsa fosse identificada.

"Salvem-nos! Estamos num barco e acho que ele está afundando", disse o menino, segundo a agência de notícias Yonhap.

O bombeiro pede então que ele passe o telefone ao capitão, e o menino responde: "Você quer dizer ‘professor'?". Em coreano, as palavras "capitão" e "professor" têm pronúncia semelhante.

O capitão do navio, Lee Joon-seok, de 69 anos, e outros tripulantes foram detidos sob suspeita de negligência, e a família proprietária da embarcação está sendo investigada por possíveis irregularidades financeiras.

Durante o naufrágio, os tripulantes orientaram os passageiros a não se moverem, o que a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, disse na segunda-feira ter sido o equivalente a um "ato de homicídio".

Como é habitual na hierárquica cultura sul-coreana, muitos dos estudantes não questionaram os mais velhos, e pagaram com a vida por sua obediência.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCoreia do SulMortesNaufrágios

Mais de Mundo

Brasileiros crescem na política dos EUA e alcançam cargos como prefeito e deputado

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada