Vestido: segundo o treinador, a garota se sentiu "perseguida e humilhada" (Facebook/Reprodução)
AFP
Publicado em 2 de maio de 2017 às 11h16.
Última atualização em 2 de maio de 2017 às 11h17.
Uma menina de 12 anos foi excluída de um torneio de xadrez na Malásia por usar um vestido considerado "provocativo" pelos organizadores, o que gerou uma onda de indignação no país de maioria muçulmana.
Após duas semanas de polêmica, a Federação Malaia de Xadrez convocou todas as partes a uma reunião para encontrar uma solução.
O treinador da enxadrista, Kaushal Khandar, exigiu um pedido de desculpas dos organizadores.
A jovem, de talento reconhecido, foi excluída do torneio nacional escolar no dia 14 de abril.
Ela se sentiu "perseguida e humilhada", declarou Kaushal Khandar, que informou sobre a situação de sua pupila em sua página no Facebook.
Os organizadores informaram à enxadrista que seu vestido de manga curta e que chegava ao joelho era "provocativo" e gerava "uma tentação visto de certo ângulo, de muito longe", contou Khandar.
"Fico chocado e chateado que seu vestido seja considerado um problema", declarou à AFP Sieh Kok Chi, ex-secretário-geral do Conselho Olímpico da Malásia.
"Tem apenas 12 anos. Ninguém tem o direito de impor a ela suas regras. As autoridades do torneio de xadrez devem renunciar", estimou.
A Malásia é um país muçulmano considerado moderado, mas a influência dos conservadores está em crescimento constante há alguns anos.
O secretário-geral da Federação de Xadrez, Nik Hishamuddin Nik Mustapa, disse à AFP que o código de vestimenta havia sido aplicado pelo fato de o torneio ser realizado em uma escola pública, onde as normas são mais rígidas.