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Memorando do FBI insinua relação da Arábia Saudita com 11 de Setembro

Documento de 2016 foi desclassificado pelo governo dos EUA após pressão de familiares das vítimas, que acusam participação de Riade nos atentados de 2001

O World Trade Center após os ataques de 11 de setembro  (Michael Foran / Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

O World Trade Center após os ataques de 11 de setembro (Michael Foran / Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

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AFP

Publicado em 12 de setembro de 2021 às 09h27.

Um memorando do FBI desclassificado pelo governo dos EUA no último sábado, 11, reforça as suspeitas de que Riade pode ter tido envolvimento nos ataques da Al-Qaeda em 11 de setembro de 2001, mas não fornece as evidências esperadas pelas famílias das vítimas que acusavam a Arábia Saudita.

O memorando, datado de 4 de abril de 2016, até então classificado, apresenta ligações entre Omar al-Bayoumi, um ex-estudante e suspeito de ter colaborado com os serviços de inteligência sauditas, e dois dos terroristas da Al-Qaeda que prepararam os ataques em Nova York e Washington, onde quatro aviões caíram.

O documento, baseado em entrevistas realizadas em 2009 e 2015 com uma fonte cuja identidade não foi divulgada, detalha os contatos e encontros entre Bayoumi e dois dos sequestradores aéreos, Nawaf al-Hazmi e Khalid al-Mihdhar, depois que ambos chegaram ao sul da Califórnia em 2000, antes dos ataques.

Também reafirma a informação, já divulgada, da relação entre os dois e Fahad al-Thumairy, um imã conservador da mesquita King Faad de Los Angeles e funcionário do consulado da Arábia Saudita naquela cidade.

O documento afirma que os números de telefone associados à fonte indicam que houve contato com várias pessoas que auxiliaram Hazmi e Mihdhar enquanto eles estiveram na Califórnia, incluindo Bayoumi e Thumairy, além da própria fonte.

    De acordo com o memorando, a fonte disse ao FBI que Bayoumi estava escondendo, por trás de sua identidade oficial de estudante, uma "posição muito alta" no consulado saudita. "A ajuda de Bayoumi a Hazmi e a Mihdhar inclui tradução, viagem, acomodação e financiamento", segundo o documento.

    Além disso, a esposa da fonte disse ao FBI que Bayoumi sempre falava de "jihad", observa o memorando. E relaciona, por meio de reuniões, telefonemas e outras comunicações, Bayoumi e Thumairy com Anwar al-Alaki, o clérigo nascido nos Estados Unidos que se tornou uma figura importante na Al-Qaeda antes de ser assassinado por um drone no Iêmen em 2001.

    Ainda assim, o memorando não apresenta nenhum vínculo direto e claro entre o governo saudita e os sequestradores.

    O memorando foi divulgado devido à pressão exercida sobre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por familiares das vítimas dos atentados, que acusaram a Arábia Saudita de ser cúmplice dos atentados.

    Três governos americanos se recusaram a desclassificar e divulgar os documentos relacionados ao caso, aparentemente porque não queriam prejudicar o relacionamento de Washington com Riade.

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