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“Melhor cidade do mundo” tem toque de recolher por nova onda de covid-19

O estado de Victoria, na Austrália, é o novo foco de casos de coronavírus no país, que ressurgiram após a pandemia ter sido controlada em junho

Melbourne, na Austrália: eleita por sete anos seguidos a melhor cidade do mundo para se viver (AAP Image/James Ross/Reuters)

Melbourne, na Austrália: eleita por sete anos seguidos a melhor cidade do mundo para se viver (AAP Image/James Ross/Reuters)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 3 de agosto de 2020 às 08h17.

Última atualização em 3 de agosto de 2020 às 10h33.

Em mais um exemplo de como controlar o coronavírus é uma tarefa constante, a cidade de Melbourne, na Austrália, precisou anunciar neste domingo, 2, um toque de recolher em virtude da pandemia. A decisão veio em meio ao aumento de casos de coronavírus no estado de Victoria, onde fica a cidade. O governo declarou estado de calamidade pública.

O toque de recolher durará toda a noite. Cidadãos serão proibidos de sair em Melbourne entre 20 horas e 5 horas da manhã do dia seguinte, com exceção dos que forem ao trabalho ou para o médico.

Boa parte do comércio não-essencial e de escritórios no estado de Victoria também será obrigada a fechar ou operar com atividade reduzida a partir de quarta-feira, 5.

Neste domingo, foram 642 novos casos de coronavírus na Austrália, a maioria no estado de Victoria. A Austrália vem registrando mais de 400 ou 500 casos de coronavírus desde o fim de julho. No fim de junho, há um mês, eram menos de 50 por dia.

Ao todo, a Austrália tem pouco mais de 18.000 casos de coronavírus e 221 mortes. O número de mortes na última semana vem ficando entre cinco e dez óbitos por dia, mas o país já chegou a ficar semanas sem uma única vítima em junho. Os países com mais casos de coronavírus são Estados Unidos e Brasil, com 4,7 milhões e 2,7 milhões de casos, respectivamente.

As restrições em Victoria duram inicialmente por seis semanas, até o próximo dia 13 de setembro. Antes, novas medidas de quarentena já haviam sido impostas em Victoria, mas as autoridades australianas afirmaram que a ampliação precisou ocorrer porque o número de casos vem aumentando, em parte pelo fato de a população descumprir as medidas de distanciamento em vigor até então.

As novas restrições atingem os cerca de 5 milhões de habitantes de Melbourne, considerada por vários anos uma das melhores cidades do mundo para se viver no ranking da revista britânica The Economist.

No ano passado, a cidade ficou em segundo, atrás de Viena, na Áustria. A também australiana Sydney ficou em terceiro. Até 2017, Melbourne havia ganhado o título por sete anos consecutivos.

Prateleiras vazias em supermercado de Melbourne, na Austrália, diante de lockdown devido ao coronavírus

Prateleiras vazias em supermercado de Melbourne, na Austrália: habitantes estocaram comida diante de novo lockdown (Klarissa Leahy/via REUTERS)

Na Austrália, só o estado de Victoria teve de voltar a ter restrições neste momento. Melbourne é a segunda maior cidade da Austrália, atrás de Sydney. O governador do estado, Daniel Andrews, disse que a situação é de "desastre".

Com a perspectiva das novas restrições, supermercados de Melbourne tiveram prateleiras vazias e cidadãos estocando comida neste fim de semana.

A Austrália já vinha em um processo de reabertura há meses e, tal qual a vizinha Nova Zelândia, vinha sendo um dos países onde a pandemia está sendo considerada sob controle.

Com as novas restrições, a Austrália também vai oferecer aos cidadãos de Victoria um auxílio financeiro extra a quem tiver de se afastar do trabalho para a quarentena. Os pagamentos serão de 1.500 dólares australianos por um afastamento de duas semanas.

O auxílio é extendido a todos que precisam se isolar mas não têm seguro-desemprego, afastamento por doença ou outros benefícios do emprego. "Antecipamos que esses pagamentos vão ser necessários por algum tempo", disse o primeiro-ministro, Scott Morrison, que afirmou que o auxílio pode ser ampliado a outros estados caso necessitem de uma quarentena mais rígida.

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