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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
São Paulo - A ansiedade do mercado financeiro sobre o futuro de Henrique Meirelles deve continuar alta nos próximos dias já que, segundo uma fonte do governo, embora sejam grandes as chances de que ele deixe o comando do Banco Central, a decisão ainda depende de conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes do PMDB.
As conversas com Lula e dirigentes peemedebistas não ocorreram nos últimos dias porque Meirelles estava fora do país, cumprindo agenda nos Estados Unidos e na Suíça.
Os caciques goianos do partido gostariam de ter Meirelles candidato ao Senado. O prefeito Iris Rezende, provável candidato do PMDB ao governo estadual, seria um dos mais interessados nessa opção, para fortalecer sua posição, com uma participação mais ativa de Lula e da candidata do PT à Presidência, a ministra Dilma Rousseff, na sua campanha.
Mas se decidir mesmo por deixar o BC, Meirelles não precisaria nem declarar de imediato para qual cargo pretende concorrer. Mesmo porque, a outra opção, ocupar a posição de vice na chapa liderada por Dilma, é bastante complicada.
No Planalto, mesmo os que defendem uma chapa Dilma-Meirelles veem a possibilidade com grande dose de pragmatismo. Esse grupo sabe que a possibilidade só se concretizaria caso o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), principal cotado para ser vice na chapa, ficasse inviabilizado.
Segundo uma fonte do próprio partido disse à Reuters, com o cenário atual, o lugar de Meirelles no jogo sucessório da Presidencia ainda é no "banco de reservas".
A mesma fonte confirmou que, caso Meirelles deixe o comando da autoridade monetária, a opção natural para substituí-lo é o diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro do BC, Alexandre Tombini.
O nome do diretor vem sendo comentado entre analistas como possível sucessor desde que se abriu a possibilidade de Meirelles disputar as eleições deste ano.
A inquietação do mercado sobre esse assunto, principalmente no segmento de juros futuros, ressurgiu nesta quarta-feira após a revista IstoÉ Dinheiro publicar em seu site, sem citar fontes, que Meirelles deixará a presidência do BC no próximo dia 31. Procurada pela Reuters, a assessoria do BC disse que a instituição "não comenta boatos".