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Medvedev denuncia estado do transporte aéreo russo após tragédia

A queda de um avião na região de Yaroslavl deixou 43 mortos, em sua maioria membros da equipe de hóquei no gelo do Lokomotiv

Medvedev visita local da tragédia na cidade de Yaroslavl: "destinamos mais recursos financeiros, mas a situação continua sendo ruim" (Maxim Shipenkov/AFP)

Medvedev visita local da tragédia na cidade de Yaroslavl: "destinamos mais recursos financeiros, mas a situação continua sendo ruim" (Maxim Shipenkov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2011 às 11h49.

Yaroslav - O presidente russo, Dmitri Medvedev, denunciou nesta quinta-feira o estado da aviação civil ao visitar o local da queda de um avião na região de Yaroslavl, um acidente no qual morreram 43 pessoas, em sua maioria membros da equipe de hóquei no gelo do Lokomotiv.

Medvedev determinou uma "investigação minuciosa" após uma série de catástrofes aéreas, quatro desde junho, no país.

"O problema da aviação civil e da segurança (aérea) tem sido objeto de muitas discussões. Destinamos mais recursos financeiros, mas a situação continua sendo ruim, como demonstra a série de catástrofes aéreas deste verão", declarou.

"Não é possível continuar assim", insistiu, antes de defender uma redução radical do número de companhias aéreas no país.

Ironia do destino, Medvedev já tinha viagem programada para esta quinta-feira a Yaroslavl, 300 km ao nordeste de Moscou, para participar em uma conferência internacional organizada no ginásio do Lokomotiv, onde muitos torcedores depositaram flores.

"Ordenei ao comitê de investigação que execute um trabalho minucioso", declarou.

As equipes de resgate anunciaram ter localizado os corpos das 43 vítimas da tragédia, em sua maioria jogadores da equipe de hóquei no gelo do Lokomotiv, uma das mais importantes do país.

A equipe viajava a Minsk (Belarus) para disputar a primeira partida da temporada.

"Os corpos das 43 vítimas falecidas na queda do avião Yak-42 na região de Yaroslavl foram encontrados", afirma um comunicado do ministério de Situações de Emergência.

Um auxiliar de voo e um jogador do Lokomotiv Yaroslavl, Alexander Galimov, sobreviveram à catástrofe, mas ambos estavam internados em situação crítica.

O comitê de investigações privilegia duas pistas para o acidente do Yak-42: problema técnico e erro do piloto.

Segundo o vice-ministro dos Transportes, Valeri Okulov, as autoridades estudam impedir os voos com estas aeronaves. Pelo menos 57 Yak-42, um avião de curto alcance com 100 lugares, estão em serviço atualmente na Rússia.

Medvedev já proibiu os voos de aviões do tipo Tu-134, An-24 e An-12.

Os problemas nas infraestruturas e nos transportes, herdados da URSS, provocam centenas de mortes por ano na Rússia. A modernização do país é uma das prioridades do discurso do Kremlin, mas muitos analistas duvidam da capacidade do governo para aplicar esta política.

A liga continental de hóquei no gelo (KHL), que reúne as melhores equipes russas e de outros países da extinta URSS, anunciou o adiamento do início da temporada, após o acidente aéreo que matou quase todos os jogadores do Lokomotiv Yaroslavl.

"Após a morte trágica de 7 de setembro, em um acidente de avião, da equipe do Lokomotiv, a decisão tomada foi adiar as partidas do campeonato da KHL", anunciou a liga em um comunicado.

A liga ainda não definiu a nova data para o início da temporada.

A competição começaria na quarta-feira com uma partida entre o Ufa, atual campeão, e o Mytischi.

Entre as vítimas da tragédia estão o goleiro sueco Stefan Liv (30 anos), campeão olímpico e mundial em 2006, o eslovaco Pavol Demitra (36 anos), três jogadores tchecos, a estrela da Letônia Karlis Skrastins (37 anos) e o alemão Robert Dietrich.

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