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Medvedev defende legitimidade de Yanukovich na Ucrânia

Rússia deseja ter relações respeitosas com a Ucrânia, mas não com o governo interino, disse o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev


	Dmitri Medvedev: "autoridade do presidente Yanukovich é quase insignificante, mas não apaga o direito de que é o chefe de Estado legítimo", escreveu Medvedev
 (Mihail Metzel/AFP)

Dmitri Medvedev: "autoridade do presidente Yanukovich é quase insignificante, mas não apaga o direito de que é o chefe de Estado legítimo", escreveu Medvedev (Mihail Metzel/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2014 às 12h48.

Moscou - A Rússia deseja ter relações respeitosas com a Ucrânia, mas não com o governo interino que substituiu o de Viktor Yanukovich, que continua sendo o presidente legítimo, disse nesta segunda-feira o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, que advertiu contra um banho de sangue no país vizinho.

"Sim, a autoridade do presidente Yanukovich é quase insignificante, mas não apaga o direito de que, segundo a Constituição ucraniana, é o chefe de Estado legítimo", escreveu Medvedev em seu site.

Yanukovich, destituído pelo Parlamento, reapareceu na sexta-feira passada na Rússia, depois de cinco dias sem dar notícias de seu paradeiro, e afirmou que estava decidido a retornar ao poder em Kiev.

E a Rússia, sua aliada, está disposta a desenvolver "relações multifacetadas e respeitosas com o país irmão Ucrânia", mas não com as autoridades interinas que substituíram Yanukovich, escreveu Medvedev.

"A Ucrânia não é para nós o grupo de pessoas que se apoderou do poder depois de ter derramado sangue" e de ter violado "a Constituição e as outras leis de seu Estado", acrescentou Medvedev.

"É todo o país. Com gente de todo o tipo. Ucranianos, russos, tártaros, judeus. Comunidades diferentes que vivem em harmonia.

O primeiro-ministro também declarou que, se Yanukovich cometeu crimes, deveria ter sido levado adiante um procedimento de destituição que respeitasse a "Constituição ucraniana".

"Tudo o mais é arbitrário. Uma tomada de poder. E isso significa que esta nova ordem será muito instável. Isso culminará em um novo golpe de Estado. Um novo banho de sangue", advertiu.

"A Rússia precisa de uma Ucrânia forte e estável. Um sócio solvente e confiável. E não um sócio pobre que passa todo o seu tempo mendigando", acrescentou.

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