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Novas medidas contra o Brasil devem ser anunciadas 'semana que vem', diz secretário de Trump

Marco Rubio, chefe da diplomacia americana, acusou o país de fazer 'opressão judicial' contra os EUA

Marco Rubio: o governo do presidente Donald Trump tem tomado medidas contra o Brasil para pressionar a Justiça do país a desistir do processo contra Bolsonaro (Nathan Howard/AFP)

Marco Rubio: o governo do presidente Donald Trump tem tomado medidas contra o Brasil para pressionar a Justiça do país a desistir do processo contra Bolsonaro (Nathan Howard/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 15 de setembro de 2025 às 15h11.

Última atualização em 15 de setembro de 2025 às 15h54.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que novas medidas contra o Brasil poderão ser anunciadas na semana que vem, em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

"Haverá uma resposta dos EUA a isso. Teremos alguns anúncios na próxima semana ou algo assim, sobre quais passos adicionais pretendemos tomar. O julgamento é apenas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial que tem tentado alcançar empresas americanas, e até pessoas operando fora dos Estados Unidos", disse Rubio, em entrevista à Fox News, nesta segunda-feira, 15, ao ser perguntado sobre o tema.

"O Estado de Direito [no Brasil] está se desmoronando. Você tem esses juízes ativistas – um em particular – que não só foi atrás de Bolsonaro, aliás, ele tentou – tentou realizar reivindicações extraterritoriais até contra cidadãos americanos ou contra alguém postando online dentro dos Estados Unidos, e, na verdade, ameaçou ir ainda mais longe nesse sentido", afirmou.

Governo Trump pressiona o Brasil

Desde julho, o governo do presidente Donald Trump tem tomado medidas contra o Brasil para pressionar a Justiça do país a desistir do processo contra Bolsonaro.

A medida, no entanto, isenta uma série de produtos que o Brasil exporta aos EUA, incluindo suco de laranja, minérios, aeronaves e petróleo. A lista completa soma cerca de 700 itens. Ao mesmo tempo, a taxa incide sobre outros itens importantes da pauta de exportações brasileiras, como a carne e o café, o que poderá inviabilizar exportações brasileiras.

Em 9 de julho, Trump anunciou uma tarifa de 50% contra importações brasileiras, que passou a valer em 6 de agosto. Ele deixou claro que a cobrança foi adotada por causa dos processos contra o ex-presidente.

Além da tarifa, o presidente americano determinou uma investigação contra o Brasil por práticas comerciais desleais, com base na seção 301. O processo está andamento e deverá ser concluído nos próximos meses. Por meio dele, o Brasil poderá sofrer punições comerciais adicionais.

Também em julho, o governo americano aplicou uma sanção contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que o impede de fazer negócios com empresas americanas. Além disso, o visto americano de Moraes e de outros ministros da Corte foram suspensos.

Na semana passada, em 11 de setembro, o STF condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.

Após a condenação, o governo americano sinalizou que poderia tomar mais medidas contra o país, mas não revelou quais. Entre as opções prováveis, estão novas punições individuais aos ministros do STF ou um novo aumento de tarifas contra o Brasil.

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