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Médicos de Cristina aprovam diagnóstico inicial que motivou operação

Presidente argentina foi submetida a uma cirurgia para remoção de um câncer. Boletim médico divulgado antes da alta revelou que era um tumor benigno

Os especialistas consultados pela imprensa local concordaram em ressaltar que a operação de Cristina era inevitável e que não houve má práxis (Fernando Sturla/Télam)

Os especialistas consultados pela imprensa local concordaram em ressaltar que a operação de Cristina era inevitável e que não houve má práxis (Fernando Sturla/Télam)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2012 às 06h25.

Buenos Aires - A Unidade Médica Presidencial emitiu neste domingo um comunicado no qual aprova os profissionais que emitiram o diagnóstico inicial que levou à operação da governante argentina, Cristina Fernández de Kirchner, devido a um câncer de tireoide que acabou sendo descartado.

Os médicos que integram a unidade, Luis Buonomo e Marcelo Ballesteros, decidiram publicar o boletim do Centro de Diagnóstico Maipú do dia 22 de dezembro e expressar por escrito que não põem 'em xeque o profissionalismo' dos dois especialistas que assinaram o texto, a fim de aplacar as vozes críticas que colocaram em dúvida esse diagnóstico inicial.

'Estes resultados estão contemplados dentro de 2% das estatísticas sob a denominação 'falso positivo' e que só pode ser verificado uma vez realizada a intervenção cirúrgica e extraído o órgão afetado. Felizmente, o caso da presidente ingressou nesta margem estatística', assinala o comunicado da Unidade Médica Presidencial.

Cristina foi internada na quarta-feira no hospital Austral dos arredores de Buenos Aires para se submeter a uma tireoidectomia total por causa de um carcinoma detectado no lóbulo direito de seu tireoide, mas o último boletim médico divulgado no sábado, minutos antes de receber alta, revelou que a glândula da tireoide que lhe foi extraída apresentava 'adenomas foliculares', um tumor benigno.

'O estudo histopatológico definitivo constatou a presença de nódulos em ambos os lóbulos da glândula da tireoide, mas descartou a presença de células cancerígenas, modificando o diagnóstico inicial', anunciou o porta-voz presidencial, Alfredo Scoccimarro.

Os especialistas consultados pela imprensa local concordaram em ressaltar que a operação de Cristina era inevitável e que não houve má práxis, embora um ou outro médico tenha considerado que este erro de diagnóstico não seja muito comum.

'A punção com agulha fina tem uma especificidade de 95% e resta uma pequena percentagem, de entre 4% e 6%, que pode lançar um falso positivo, ou seja, que mostra determinadas características que fazem pensar em lesão maligna, mas que só pode ser confirmada na instância da cirurgia', afirmou o médico patologista Oscar Brunás.

O ex-presidente da Associação Argentina de Cabeça e Pescoço, Edgardo Carranza, assinalou que embora os adenomas foliculares sejam em sua maioria benignos, uma percentagem pode mutar, por isso que considerou 'correto o procedimento da extirpação da glândula'.


'Cada vez mais a prática se inclina para a extração completa da glândula dado o cada vez menor risco pós-operatório e a complicação de voltar a realizar uma cirurgia', concordou Gloria Centeno, médica especialista em anatomia patológica.

Embora muitos tenham optado pelo silêncio, alguns dirigentes opositores mostraram suas críticas após saber da notícia.

Cristina está em repouso na residência oficial das Oliveiras, nos arredores de Buenos Aires, mas a Casa Rosada não confirmou ainda se, à vista desta mudança de diagnóstico, a governante manterá a licença prevista até o próximo dia 24 de janeiro.

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