Mundo

Médicos ajudaram em tortura nos EUA, diz documento

O documento pede que o Comitê de Inteligência do Senado investigue as práticas médicas em locais de detenção


	Guantánamo: para relatório, atividades irregulares tiveram início em prisões no Afeganistão, na Baía de Guantánamo, e nos locais de detenção secretos da CIA
 (REUTERS/Bob Strong)

Guantánamo: para relatório, atividades irregulares tiveram início em prisões no Afeganistão, na Baía de Guantánamo, e nos locais de detenção secretos da CIA (REUTERS/Bob Strong)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2013 às 14h45.

Relatório independente do Instituto de Medicina norte-americano (IOM, na sigla em inglês) e da Open Society Foundations diz que médicos e enfermeiras que trabalhavam sob ordens do Exército dos EUA foram cúmplices em atos abusivos contra suspeitos de terrorismo, informa o site da rede britânica BBC.

O documento, produzido ao longo de dois anos, diz que profissionais da saúde ajudaram a criar, executar e participaram de "tortura e tratamentos cruéis, desumanos e degradantes" de detentos.

Segundo o relatório, as atividades irregulares tiveram início em prisões no Afeganistão, na Baía de Guantánamo, em Cuba, e nos locais de detenção secretos da CIA após os ataques de 11 de Setembro de 2001.

A CIA e o Pentágono afirmaram que o relatório contém "imprecisões e conclusões errôneas", já que, como afirmou o porta-voz do Pentágono Todd Breasseale, os autores não tiveram acesso aos "registros médicos" dos detentos ou aos "procedimentos" adotados.

O documento diz que, embora algumas práticas como o afogamento tenham sido proibidas, profissionais da área médica ainda são requeridos para forçar a alimentação de prisioneiros em greve de fome.

"Um exemplo é o uso de médicos para forçar a alimentação de detentos e o uso de cadeiras de imobilização, numa violação aos padrões éticos da Associação Médica Mundial e de grupos médicos norte-americanos", disse Leonard Rubenstein, coautor do relatório e integrante do Centro para Direitos Humanos e Saúde Pública da Escola de Saúde Pública da Johns Hopkins Bloomberg.

O documento pede que o Comitê de Inteligência do Senado investigue as práticas médicas em locais de detenção.

Acompanhe tudo sobre:CrimeMédicosTerrorismo

Mais de Mundo

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"