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Médico contrai Ebola no leste do Congo em cenário temido, diz OMS

Cerca de 97 médico podem ter sido expostos ao vírus do ebola e 63 mortes mortes já foram confirmadas no surto nas províncias de Kivu do Norte e Ituri

Ebola: mais de 2,9 mil pessoas foram vacinadas contra a doença desde o início do surto em agosto (Olivia Acland/Reuters)

Ebola: mais de 2,9 mil pessoas foram vacinadas contra a doença desde o início do surto em agosto (Olivia Acland/Reuters)

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Reuters

Publicado em 24 de agosto de 2018 às 11h53.

Última atualização em 8 de julho de 2019 às 15h55.

Genebra - Um médico se tornou o primeiro caso provável de Ebola em uma das "zonas de grande insegurança" do leste da República Democrática do Congo assoladas pela violência de milícias e de difícil acesso, um cenário "que todos nós temíamos", disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira.

Desde a irrupção da epidemia, em 1º de agosto, 103 casos confirmados e prováveis de Ebola foram identificados nas províncias de Kivu do Norte e Ituri, entre elas 63 mortes, informou o Ministério da Saúde em uma atualização divulgada de madrugada.

O médico, que mora na cidade de Oicha, em Kivu do Norte, voltou a ser hospitalizado com sintomas do Ebola depois que sua mulher se tornou um caso confirmado da doença ao viajar para a cidade vizinha de Beni, disse Peter Salama, chefe de operações de emergência da OMS.

Oicha está quase toda cercada por milícias islâmicas ugandenses, e existem "preocupações extremamente sérias com a segurança", disse ele, acrescentando que agentes humanitários, padres e autoridades do governo são reféns na área.

O primeiro exame do médico para detectar Ebola --que causa vômito, febre e diarreia-- foi negativo, mas os novos resultados ainda são esperados, explicou Salama à Reuters.

Até agora 97 dos contatos do médico que podem ter sido expostos ao vírus foram identificados, e a vacinação já começou na cidade, disse Samala.

"Então, realmente pela primeira vez, temos um caso confirmado e contatos em uma área de grande insegurança. Realmente é o problema que estávamos prevendo e ao mesmo tempo o problema que estávamos temendo", disse Salama em uma coletiva de imprensa.

A OMS e especialistas de saúde chegaram a Oicha com uma escolta armada de tropas da Monusco nesta semana, disse, e acrescentou: "Sabemos desse incidente em Oicha agora e teremos que operar em alguns ambientes muito complexos devido às preocupações com a segurança e o acesso".

Em outro desdobramento preocupante, jovens revoltados incendiaram um centro de saúde em outro vilarejo, onde vacinações ocorriam, depois de saberem a respeito de uma morte causada pelo Ebola, relatou Salama.

Mais de 2.900 pessoas foram vacinadas contra a doença desde o início do surto, afirmou.

"Estamos em um momento realmente crucial desta epidemia em termos da evolução da epidemia e em termos da resposta".

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