Mundo

May nomeia novo chefe do Partido Conservador

May, enfraquecida pela perda da maioria conservadora na aposta da eleição de junho, decidiu fazer alterações em sua equipe de ministros

Theresa May: a premiê está promovendo mulheres, parlamentares negros e mais jovens para desafiar seus críticos (Toby Melville/Reuters)

Theresa May: a premiê está promovendo mulheres, parlamentares negros e mais jovens para desafiar seus críticos (Toby Melville/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 8 de janeiro de 2018 às 19h22.

Londres - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, nomeou um novo chefe do governista Partido Conservador nesta segunda-feira, em uma reorganização com objetivo de dar ao seu governo um novo começo após meses de divisões sobre o Brexit, escândalos e uma eleição imprudente.

May, enfraquecida pela perda da maioria conservadora na aposta da eleição de junho, decidiu fazer alterações em sua equipe de ministros após encerrar o ano passado com um acordo para acelerar as conversas com a União Europeia para uma segunda fase.

Ela manteve o núcleo duro de sua equipe --os ministros das Finanças, Brexit, Relações Internacionais e Interior-- mas está promovendo mulheres, parlamentares negros e mais jovens para desafiar críticos que chamam seu partido de “masculino, branco e obsoleto”.

Nomear o ministro da Imigração, Brandon Lewis, e o parlamentar James Cleverly como presidente e vice-presidente do Partido Conservador foi parte da estratégia de May para reafirmar sua autoridade sobre o partido e tentar ampliar seu alcance.

May também deseja fortalecer sua posição nas negociações com a União Europeia para desfazer mais de 40 anos de união e no Parlamento, onde depende do apoio de um partido da Irlanda do Norte.

Apesar de conseguir um acordo com a União Europeia para pressionar as conversas do Brexit para uma discussão das relações comerciais futuras e de um acordo transitório, May tem sido criticada em casa por sua abordagem em relação à saúde, moradia e transporte, entre outras questões.

Um pesquisa da ORB publicada nesta segunda mostrou que metade dos eleitores britânicos acredita que May é incapaz de obter o acordo certo para o Brexit.

Irlanda

Em um reverso, seu ministro para a Irlanda do Norte, James Brokenshire, renunciou por conta de problemas de saúde. Ele tentava ajudar autoridades a formarem um governo compartilhado para evitar qualquer retorno à violência entre unionistas pró-Reino Unido e nacionalistas irlandeses que dividiu a província por décadas.

Para o lugar de Brokenshire, May nomeou Karen Bradley, deslocando-a de sua posição atual de ministra da Cultura.

O ministro do Brexit, David Davis, o ministro das Relações Exteriores, Boris Johnson, o ministro das Finanças, Philip Hammond, e a ministra do Interior, Amber Rudd, mantiveram suas posições, enquanto David Lidington foi nomeado para se tornar ministro do gabinete, substituindo o amigo mais próximo de May no Parlamento, Damian Green, que foi forçado a renunciar.

Mas a maior mudança até o momento foi a nomeação de Lewis à presidência do Partido Conservador, cuja adesão está caindo após o que muitos membros reconheceram ter sido uma desastrosa campanha eleitoral em junho.

O Partido Trabalhista, principal legenda de oposição, sob a liderança do parlamentar de esquerda Jeremy Corbyn, está tendo alguns de seus maiores índices de apoio em sua história.

Caberá a Lewis, de 46 anos, e ao novo vice James Cleverly, fornecer a liderança necessária para atrair jovens eleitores e aqueles no norte da Inglaterra para que o partido governista tenha uma chance de vencer a próxima eleição, em 2022.

Acompanhe tudo sobre:BrexitReino UnidoTheresa May

Mais de Mundo

Eleições na Romênia agitam país-chave para a Otan e a Ucrânia

Irã e Hezbollah: mísseis clonados alteram a dinâmica de poder regional

Ataque de Israel ao sul do Líbano deixa um militar morto e 18 feridos

Trump completa escolha para altos cargos de seu gabinete com secretária de Agricultura