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May minimiza divisões no gabinete em relação ao Brexit

A reunião do partido vem em um momento difícil para May, enquanto ela procura gerenciar as divisões em relação ao Brexit

May: a maioria do partido pede para que a primeira-ministra tenha uma posição forte nas negociações (Peter Nicholls/Reuters)

May: a maioria do partido pede para que a primeira-ministra tenha uma posição forte nas negociações (Peter Nicholls/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de outubro de 2017 às 17h16.

Manchester - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, minimizou as divisões públicas dentro de sua equipe em relação ao processo de saída britânica da União Europeia (Brexit), durante uma conferência anual do Partido Conservador na cidade de Manchester.

A reunião, a primeira desde que o partido perdeu a maioria absoluta no Parlamento britânico em junho, vem em um momento difícil para May, enquanto ela procura gerenciar as divisões do partido e do eleitorado em relação ao Brexit.

Na véspera da conferência, o ministro de Relações Exteriores, Boris Johnson, estabeleceu uma série de objetivos para as negociações do processo, que vão além das delineadas pela premiê, ressaltando a dificuldade de sua posição política.

Nos dias seguintes em Manchester, May procurará apelar para a base do Partido Conservador, cuja maioria votou a favor do Brexit e está à procura de clareza sobre sua visão de longo prazo para a saída da UE.

A maioria do partido pede para que a primeira-ministra tenha uma posição forte nas negociações. No entanto, May também deve ter cuidado para não reverter a boa vontade que construiu com os líderes do bloco comum em um discurso em Florença, na Itália, onde procurou revitalizar as negociações do Brexit, que estavam paralisadas.

"O que eu tenho é um gabinete que está unido na missão deste governo e é isso que vocês verão esta semana", disse Theresa May à rede de TV pública BBC neste domingo. Ela também afirmou que Johnson estava "absolutamente atrasado" em relação aos planos do Brexit.

Em uma entrevista ao jornal The Sun, Johnson, o líder da campanha para o Reino Unido deixar a UE e um possível sucessor de May, afirmou que qualquer período de transição não deve durar "um segundo mais" do que dois anos. Ele também comentou que o país não deve aceitar novas decisões do Tribunal de Justiça Europeu durante o período de transição e que o Reino unido não deve fazer nenhum pagamento pelo acesso ao mercado único após a transição. De acordo com um porta-voz de Johnson, os objetivos dele estavam de acordo com os estabelecidos por May em Florença.

Além da gestão de adversários em Londres, May enfrenta pressão para mover as negociações do Brexit além do atual impasse. As negociações sobre o futuro relacionamento comercial do Reino Unido com a UE seguem a cartilha do bloco para que sejam feitos progressos suficientes em questões críticas em torno da própria separação, como o gerenciamento da fronteira da Irlanda e os compromissos financeiros dos britânicos com o bloco europeu.

À BBC, May afirmou que o Reino Unido e a UE teriam um acordo sobre sua relação futura quando os britânicos deixarem o bloco em março de 2019. "Isso é o que você pode chamar de estado final, para onde vamos chegar", afirmou. No entanto, ela também disse que o governo estava elaborando planos caso os dois lados não consigam chegar a um acordo. Milhares de pessoas, algumas com bandeiras da UE, protestaram contra o Brexit nas ruas de Manchester neste domingo.

Fonte: Dow Jones Newswires.

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