Mundo

May falta a debate pré-eleitoral e é atacada por adversários

Segundo os rivais da premiê britânica, sua ausência nas discussões revela o medo que a candidata está da decisão popular

May: a eleição estava prevista apenas para 2020, mas May decidiu antecipar o pleito para que tivesse mais força para negociar o Brexit (Toby Melville/Reuters)

May: a eleição estava prevista apenas para 2020, mas May decidiu antecipar o pleito para que tivesse mais força para negociar o Brexit (Toby Melville/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de junho de 2017 às 06h26.

A uma semana da eleição, a primeira-ministra britânica, Theresa May, foi acusada pelos seus adversários de falta de liderança e comprometimento com o eleitor pela decisão de não comparecer a um debate televisionado na noite de ontem pela rede estatal BBC.

A votação está marcada para o próximo dia 8, quinta-feira da semana que vem, e, segundo seus rivais, sua ausência nas discussões revela o medo que a candidata à reeleição está da decisão popular.

O não-comparecimento da premiê ao debate fez com que o principal foco das discussões se voltasse para esse ponto, com os demais sete candidatos que foram ao programa televisionado atacando May.

A maior parte das pesquisas recentes revela que o Partido Conservador, da premiê, segue na liderança das intenções de voto ainda que haja diferenças sobre o aumento ou diminuição dessa posição em relação ao segundo colocado: Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista.

Os Tories alegaram que May estava muito ocupada preparando as negociações da saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit, para passar quase duas horas em discussão com outros líderes políticos.

Ontem à tarde, durante alguns questionamentos sobre o fato de não planejar participar do debate, ela argumentou a jornalistas que estava mais focada em percorrer o país e conhecer os questionamentos da população durante a campanha do que ficar discutindo com outros candidatos.

Também acrescentou que todas as quartas-feiras, durante sessão na Câmara dos Comuns (equivalente à Câmara dos Deputados brasileira), ela debatia diretamente com Corbyn, apontado nas pesquisas como o segundo candidato mais forte.

A premiê foi representada pela secretária de Estado para Assuntos Internos, Amber Rudd, no debate realizado em Cambridge, que fica a cerca de 80 quilômetros de Londres.

A postura de Amber durante as discussões foi a de tratar os demais candidatos como sinônimo de "caos". Ela também disse que Corbyn contava com uma "árvore mágica de dinheiro" e que sua relação com a economia era fantasiosa.

A imprensa local destacou a disposição da secretária de ir ao debate mesmo após a morte de seu pai há apenas dois dias. Os temas giraram em torno de imigração, liderança, terrorismo e economia.

A eleição estava prevista apenas para 2020, mas May decidiu antecipar o pleito para que tivesse mais força para negociar o Brexit e, desta forma, também evitar que as tratativas com o bloco único fossem interrompidas por causa da política doméstica.

A previsão é que as conversas com a União Europeia durem pelo menos dois anos a contar a partir do final de março passado, quando o pedido de divórcio foi formalizado pela primeira-ministra.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesLondresTheresa May

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo