Theresa May: Primeira ministra foi derrotada no parlamento com 230 votos de diferença (Toby Melville/Reuters)
EFE
Publicado em 21 de janeiro de 2019 às 15h57.
Londres - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, rejeitou nesta segunda-feira convocar um segundo referendo sobre o Brexit e afirmou que espera voltar a debater com a União Europeia (UE) o controverso plano de salvaguarda elaborado para manter a livre circulação na fronteira entre as duas Irlandas.
May compareceu hoje à Câmara dos Comuns para apresentar seus planos em relação ao Brexit, já que, na semana passada, os deputados britânicos descartaram por ampla margem de 230 votos o acordo que ela tinha feito com o bloco.
"Nas próximas semanas, continuarei falando com meus colegas, incluindo o (partido norte-irlandês) DUP, para considerar como podemos cumprir com as nossas obrigações para com o povo da Irlanda do Norte e o da Irlanda de uma forma que possamos obter o maior apoio possível no Parlamento. Depois, levarei as conclusões desse diálogo novamente à União Europeia", afirmou.
Ao revelar os passos que planeja seguir a partir de agora, a premiê argumentou contra a convocação de um novo referendo sobre a saída do país da UE, por considerar que abalaria a "coesão social".
"Tenho medo de que um segundo referendo criaria um difícil precedente, que poderia ter implicações significativas sobre como lidamos com consultas populares neste país", alegou May, além de ressaltar que este cenário exigiria um aumento do prazo para que o país deixe o bloco - atualmente, é o dia 29 de março.
Os planos de May serão colocados à prova no próximo dia 29, quando a Câmara dos Comuns debaterá e votará uma moção apresentada pelo governo de caráter "neutro", que se limitará a constatar que os deputados consideraram suas propostas. Entretanto, ela poderá receber emendas das diversas forças políticas, o que abre a porta para que os parlamentares tomem um certo controle do Brexit e modifiquem o roteiro do governo.
Se May decidir voltar a apresentar o acordo de saída ao Parlamento, a votação não será esperada para antes de fevereiro, conforme disse hoje um porta-voz do escritório oficial de May.