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May enfrenta pressão para suavizar Brexit após acordo desmoronar

O partido norte-irlandês afirmou que viu um esboço do acordo prometendo alinhamento regulatório para as duas parte da Irlanda

Theresa May: ministros de May disseram estar confiantes de que garantirão em breve um acordo de saída (Toby Melville/Reuters)

Theresa May: ministros de May disseram estar confiantes de que garantirão em breve um acordo de saída (Toby Melville/Reuters)

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Reuters

Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 18h33.

Londres - Algumas horas após o acordo do Brexit ter desmoronado, a primeira-ministra britânica, Theresa May, ficou sob pressão nesta terça-feira de partidos da oposição e mesmo de alguns aliados para suavizar o divórcio com a União Europeia com a manutenção do Reino Unido no mercado único e na união aduaneira após o Brexit.

Ministros de May disseram estar confiantes de que garantirão em breve um acordo de saída, ainda que oponentes tenham repreendido May por um dia caótico em Bruxelas, que viu uma tentativa coreografada de mostrar o progresso das negociações do Brexit entrar em colapso no último minuto.

O partido norte-irlandês que apoia o governo minoritário de May afirmou que viu apenas um esboço do acordo prometendo alinhamento regulatório para ambas as partes da Irlanda no final da manhã de segunda-feira e que havia dito ao governo que isso era inaceitável.

Em um sinal de quão politicamente precária se tornou o equilíbrio de May em torno do Brexit, o Partido Unionista Democrático (DUP) também disse que havia alertado que não apoiaria seu governo minoritário, a menos que o esboço fosse alterado.

O Partido Trabalhista, de oposição, afirmou que uma forma de o alinhamento da Irlanda do Norte com a República da Irlanda ser aceitável era todo o Reino Unido ficar no mercado comum e na união aduaneira.

"Que constrangimento, as últimas 24 horas deram um novo significado para a frase 'coalizão do caos'", disse o porta-voz trabalhista para o Brexit Keir Starmer ao Parlamento. "Ontem, a coisa ficou séria: a fantasia encontrou a realidade bruta."

"A primeira-ministra vai agora repensar suas linhas vermelhas imprudentes e colocar opções tais como a união aduaneira e o mercado único de volta à mesa de negociação?", perguntou Starmer.

Nicola Sturgeon, líder do governo da Escócia, disse que o fracasso de May pode sinalizar um impulso para manter o Reino Unido no mercado único e na união aduaneira.

"Este pode ser o momento para a oposição e para os conservadores moderados remanescentes sobre o Brexit forçarem uma abordagem diferente e menos danosa --manter o Reino Unido no mercado único e na união aduaneira", disse Sturgeon em sua conta do Twitter. "Mas é preciso que o Partido Trabalhista atue em conjunto."

A líder conservadora escocesa Ruth Davidson, que tem sido apontada como potencial futura líder do partido de May, também sugeriu que May deve considerar manter o Reino Unido tanto no mercado único quanto na união aduaneira.

May tem afirmado repedidamente que o Reino Unido deixará tanto o mercado único quanto a união aduaneira quando terminar sua condição de membro da UE no dia 29 de março de 2019, ainda que tenha pedido por uma parceria econômica personalizada.

O ministro do Brexit, David Davis, afirmou que os eleitores escolheram deixar a UE e isso inclui tanto o mercado único quanto a união aduaneira.

Davis afirmou que o governo nunca permitiria que uma parte do Reino Unido permanecesse no mercado único após o Brexit ainda que tenha permitido que o alinhamento regulatório para a Irlanda do Norte pudesse ser aplicado para todo o Reino Unido.

May, que agora está lutando para discutir um acordo com a UE enquanto mantém o DUP e seu próprio partido sob controle, pode retornar à Bruxelas na quarta-feira para continuar as negociações, disse uma autoridade de Downing Street.

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