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May demite ministro da Defesa após vazamento sobre 5G da Huawei

Williamson será substituído pela ministra de Desenvolvimento Internacional, Penny Mordaunt, explicou Downing Street

Theresa May: autorização teria sido decidida em uma reunião do Conselho de Segurança Nacional britânico (Eva Plevier/Reuters)

Theresa May: autorização teria sido decidida em uma reunião do Conselho de Segurança Nacional britânico (Eva Plevier/Reuters)

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AFP

Publicado em 1 de maio de 2019 às 16h24.

A premiê britânica, Theresa May, demitiu seu ministro da Defesa, Gavin Williamson, nesta quarta-feira (1º), após um vazamento de informação, revelando que a Grã-Bretanha permitiu ao gigante chinês das telecomunicações Huawei participar da implementação da rede 5G no território.

"A primeira-ministra pediu a Gavin Williamson que deixe o governo, depois de perder confiança em sua capacidade de servir como ministro da Defesa e membro de seu gabinete", disse um porta-voz do governo.

May "foi informada da conduta" do ministro ao fim de uma investigação interna sobre essas fugas de informação.

Gavin Williamson, de 42 anos, foi nomeado em novembro de 2017 ministro da Defesa substituindo Michael Fallon - que renunciou após um escândalo de abuso sexual.

Williamson será substituído pela ministra de Desenvolvimento Internacional, Penny Mordaunt, explicou Downing Street.

A decisão de autorizar a participação limitada da Huawei no desenvolvimento da rede 5G de telecomunicações no Reino Unido foi vazada à imprensa, o que provocou um novo escândalo desestabilizador para o governo.

Apesar dos alertas dos Estados Unidos - que acusam a fabricante de smartphones de espionar para o governo chinês -, May tinha autorizado esta participação restrita da Huawei, revelou na semana passada o jornal The Daily Telegraph.

A autorização teria sido decidida em uma reunião do Conselho de Segurança Nacional britânico, composto por ministro e altos responsáveis de segurança, sob comando de May. Os participantes dessas reuniões têm o dever legal da confidencialidade.

O vazamento levou a uma investigação interna, comandada pelo chefe de gabinete de May, Mark Sedwill, que escreveu aos presentes na reunião perguntando se eram responsáveis pelo furo, segundo o jornal The Guardian.

O caso ocorre em um contexto de muita cautela, com declarações públicas muito cuidadosas dos ministros, que protegem sua imagem diante da possibilidade de suceder May - enfraquecida por sua gestão do Brexit.

May já avisou que vai renunciar quando o Parlamento aprovar o acordo de separação que negociou com a União Europeia.

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