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May defenderá situação especial norte-irlandesa e processo de paz

Em sua carta ao Conselho Europeu, May destacou que seu objetivo é que a Irlanda do Norte tenha uma fronteira aberta com a República da Irlanda

Theresa May: objetivo é evitar o restabelecimento das barreiras do passado (Dan Kitwood/Getty Images)

Theresa May: objetivo é evitar o restabelecimento das barreiras do passado (Dan Kitwood/Getty Images)

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EFE

Publicado em 29 de março de 2017 às 11h34.

Última atualização em 29 de março de 2017 às 12h06.

Londres - A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou nesta quarta-feira na carta de ativação do "Brexit" que seu governo defenderá a situação especial da Irlanda do Norte para não prejudicar o processo de paz na província, assim como suas estreitas relações com a República da Irlanda.

Na carta que May enviou hoje ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a "premier" conservadora recalcou que seu objetivo é que a Irlanda do Norte tenha uma fronteira aberta com a República da Irlanda para evitar o restabelecimento das barreiras do passado, em referência às restrições impostas durante o antigo conflito.

No texto da carta entregue pelo embaixador britânico na União Europeia (UE), Tim Barrow, o governo de Londres reserva um parágrafo em particular à situação na Irlanda do Norte, no qual destaca a importância de manter o processo de paz na região.

O Executivo britânico quer "evitar o retorno a uma fronteira dura" com a República da Irlanda, o único país do bloco comunitário que terá uma barreira terrestre com o Reino Unido após o "Brexit", além da Espanha com Gibraltar.

"Temos a grande responsabilidade de assegurar que não seja feito nada que possa pôr em xeque o processo de paz na Irlanda do Norte e que o Acordo de Belfast (também conhecido como Acordo de Sexta-Feira Santa, assinado em 1998) continua vigente", afirma a carta.

Esta questão levou o Sinn Féin, o segundo partido da província britânica, a pedir um referendo sobre a reunificação da Irlanda, depois que o eleitorado norte-irlandês rejeitou o "Brexit" na consulta de 23 de junho.

Além do impacto econômico que teria o restabelecimento de uma fronteira estrita na Irlanda, seus críticos sustentam que esta separação poderia acabar também com o processo de paz, que se beneficiou dos fundos europeus nas últimas duas décadas.

"Estamos totalmente dispostos a assegurar que os interesses especiais da Irlanda do Norte sejam protegidos", disse hoje May em sua declaração na câmara dos Comuns.

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