Atropelamento: a Polícia Metropolitana de Londres (Met) ainda precisa confirmar se a morte registrada está diretamente vinculada ao ocorrido (James Cropper/Reuters)
EFE
Publicado em 19 de junho de 2017 às 09h49.
Londres - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, confirmou nesta segunda-feira que o responsável pelo atropelamento de integrantes da comunidade muçulmana perto de uma mesquita em Londres "agiu sozinho", segundo as primeiras investigações da polícia.
Em uma declaração aos meios de comunicação, a líder conservadora disse que o atropelamento no bairro de Finsbury Park, no norte da capital, "é um lembrete de que o terrorismo, o extremismo e o ódio adotam muitas formas" e insistiu que o governo está "determinado" a "erradicá-los, independentemente de quem foi o responsável".
May se dirigiu ao país após ter presidido uma reunião com seu comitê de emergência em resposta ao atropelamento, no qual uma pessoa morreu e dez ficaram feridas, mas a Polícia Metropolitana de Londres (Met) ainda tem que confirmar que essa morte está diretamente vinculada ao ocorrido.
Aparentemente, a vítima mortal já estava recebendo atendimento médico quando o agressor, um homem de 48 anos que está sob custódia da polícia, começou a atropelar com uma caminhonete os pedestres, todos eles fiéis muçulmanos que acabavam de deixar a mesquita de seu bairro.
Em sua declaração, a dirigente conservadora afirmou que esta ação, "mais uma vez, teve como alvo pessoas normais e inocentes que cumpriam com suas rotinas, desta vez muçulmanos britânicos que deixavam uma mesquita", em "um momento sagrado do ano" para esta comunidade, o mês do Ramadã.
"Hoje nos unimos, como já fizemos anteriormente, para condenar este ato e indicar, de novo, que o ódio e a maldade jamais triunfarão", reiterou May.
Para a primeira-ministra, este ataque contra a comunidade muçulmana "é tão insidioso e destrutivo para os valores e a forma de vida" dos britânicos como os últimos atos terroristas cometidos em Manchester e Londres, aparentemente motivados por extremistas islâmicos.
Após avaliar a situação com o grupo de especialistas do chamado Comitê Cobra - que reúne os principais ministros de governo e a cúpula dos serviços de emergência do país -, May anunciou que o governo planeja revisar sua estratégia atual de combate ao terrorismo e que, para isso, vai criar uma nova comissão.
"Este ataque contra os muçulmanos perto do seu local de culto e todos os atos de terrorismo em qualquer uma de suas formas têm um mesmo objetivo fundamental: dividir a sociedade e romper os vínculos de solidariedade que são compartilhados neste país", frisou a primeira-ministra, que acrescentou que seu governo "não permitirá que isto ocorra".