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Theresa May renuncia ao cargo e lamenta a não execução do Brexit

Theresa May, que chorou ao final de seu discurso, pediu que seu sucessor tente encontrar um consenso no Parlamento sobre o Brexit

Theresa May: primeira-ministra anunciou a data de renúncia (Toby Melville/Reuters)

Theresa May: primeira-ministra anunciou a data de renúncia (Toby Melville/Reuters)

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EFE

Publicado em 24 de maio de 2019 às 06h31.

Última atualização em 24 de maio de 2019 às 10h53.

Londres — A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse nesta sexta-feira (24), ao anunciar renúncia para o próximo dia 7 de junho, que "sempre lamentará profundamente" não ter conseguido executar o "brexit", a saída do país da União Europeia (UE).

May, que chorou ao final de seu discurso, pediu ao seu sucessor à frente do Partido Conservador e do governo para tentar encontrar um consenso no Parlamento para deixar do bloco.

"Está claro para mim que é do interesse do país um novo primeiro-ministro para liderar esse esforço. Então estou anunciando hoje que irei renunciar como líder do Partido Conservador e Unionista", disse May em pronunciamento.

Além disso, Theresa May informou que comunicou sua decisão à rainha Elizabeth II e que continuará atuando como primeira-ministra até que o processo de sucessão seja concluído.

"Fiz todo o possível" para materializar o 'brexit'", depois que os britânicos votaram a favor de deixar a UE no referendo de 23 de junho de 2016.

"Lutei para que o Reino Unido servisse não apenas aos poucos privilegiados, mas ao mundo inteiro e cumprisse o resultado do referendo", afirmou May.

"Em breve deixarei o trabalho que para mim foi a honra da minha vida servir. Segunda primeira-ministra?, certamente, mas não a última. Digo sem animosidade, mas com uma enorme gratidão por ter tido a oportunidade de servir ao país que amo", afirmou Theresa May, que foi a segunda chefe do governo britânico após Margaret Thatcher.

A premier estará à frente do Executivo quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizar sua visita de Estado, entre os dias 3 e 5 de junho.

Nos últimos dias, May, que até agora tinha conseguido segurar a liderança, apesar das enormes pressões internas para que renunciasse, sofreu um duro golpe quando deputados e alguns ministros se opuseram à sua última tentativa para conseguir a aprovação de seu acordo do Brexit, apesar de já ter sido rejeitado pelo Parlamento em três ocasiões.

O Reino Unido determinou sua saída da UE para o dia 31 de outubro após solicitar um adiamento da data que inicialmente estava estabelecida para 29 de março deste ano.

"Uma mulher difícil"

Theresa Brasier - seu nome de solteira - nasceu em 1 de outubro de 1956 em Eastbourne, cidade costeira do sudeste do país.

Depois de estudar Geografia na Universidade de Oxford, onde conheceu seu marido, Philip, e trabalhar brevemente no Banco da Inglaterra, ela deu seus primeiros passos na política em 1986, ano em que foi eleita conselheira do distrito londrino de Merton, antes de se tornar deputada em 1997.

May se descreveu como uma mulher "difícil", e seu atual ministro das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, alertou há alguns meses: "Não subestimem Theresa May".

Embora seus inimigos a tenham acusado de não ser ambiciosa, todos concordaram em considerá-la incansável.

"Ela é muito diligente, trabalhadora, imersa em detalhes, é muito tecnocrata, muito dura e pode ser teimosa", disse à AFP o ex-democrata liberal Clegg, vice-primeiro-ministro do governo de coalizão de Cameron.

"Todas essas coisas são qualidades muito boas em um político do governo", reconheceu Clegg. Mas "nunca vi muita imaginação, flexibilidade, instinto ou visão".

Mas, ao final, "a História não guardará uma imagem muito favorável de sua pessoa", estima Simon Usherwood, ressaltando os "poucos resultados alcançados".

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