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Mattis se reúne com líderes sauditas para fortalecer aliança

A reunião teve foco nas "relações de amizade estratégicas" entre os dois países, especialmente no campo da defesa

Encontro: o Pentágono tem sido muito cauteloso sobre o que poderia fazer em favor da Arábia Saudita (Jonathan Ernst/Reuters)

Encontro: o Pentágono tem sido muito cauteloso sobre o que poderia fazer em favor da Arábia Saudita (Jonathan Ernst/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de abril de 2017 às 14h30.

O secretário americano de Defesa, James Mattis, reuniu-se nesta quarta-feira em Riad com líderes sauditas para fortalecer a aliança entre os dois países diante do Irã e suas atividades "desestabilizadoras" no Oriente Médio.

"É do nosso interesse ver as forças armadas e a inteligência saudita fortes", declarou Jim Mattis à imprensa junto ao ministro saudita da Defesa, o poderoso vice-príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, já recebido por Donald Trump há um mês em Washington.

O secretário de Defesa americano evocou a possibilidade de uma visita de Trump a Riad. "O que fizermos aqui hoje poderia abrir a porta para a chegada do nosso presidente na Arábia Saudita", disse.

Mais cedo, Mattis encontrou o rei Salman em seu palácio na presença do príncipe herdeiro Mohammed bin Nayef e do ministro das Relações Exteriores Adel al-Jubeir.

A reunião centrou-se nas "relações de amizade estratégicas" entre os dois países, "especialmente no campo da defesa", bem como sobre a situação regional e internacional, indicou a agência oficial de notícias SPA.

Jim Mattis viajou a Riad com o objetivo de "revitalizar" a aliança americano-saudita, explicou uma autoridade da Defesa dos Estados Unidos.

A Arábia Saudita se sentiu marginalizada durante a negociação do acordo nuclear iraniano, assinado em julho de 2015 pela administração de Barack Obama, segundo a fonte.

Seus líderes estão preocupados em ver o Irã interferindo nos países árabes, utilizando as comunidades xiitas para avançar seus peões, como no Bahrein e no Líbano.

Ou no Iêmen, país devastado por uma guerra civil sangrenta entre os rebeldes huthis, acusados de ligações com o Irã, e as forças pró-governo apoiadas pela Arábia Saudita.

Os sauditas veem Trump mais favorável a seus interesses. Em particular, ele impôs novas sanções contra Teerã após testes de mísseis balísticos em fevereiro.

O Pentágono, no entanto, tem sido muito cauteloso sobre o que poderia fazer em favor da Arábia Saudita.

A administração Trump poderia, por exemplo, levantar o congelamento de uma entrega de bombas teleguiadas à Arábia Saudita, decidida pela administração Obama em dezembro, devido ao elevado número de vítimas civis no Iêmen.

Da mesma forma, pode decidir reforçar o apoio à coalizão árabe no Iêmen, embora o objetivo principal de Washington continue a ser as negociações de paz patrocinadas pelas Nações Unidas, de acordo com Jim Mattis.

Se o governo dos Estados Unidos quer "ouvir" o governo saudita, também gostaria que este aumentasse a sua participação na campanha contra o grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria.

A Arábia Saudita poderia, por exemplo, participar em mais operações aéreas, ou aumentar sua ajuda humanitária, indicou o funcionário americano.

A guerra contra o EI continua sendo "prioridade número um" dos militares americanos, lembrou.

Mattis também deve discutir com as autoridades sauditas as intenções da administração Trump sobre a Síria. Pela primeira vez em seis anos, o exército americano interveio diretamente contra o regime de Bashar al-Assad, bombardeando uma base aérea síria.

Este ataque foi aplaudido pelos líderes sauditas. Após sua visita à Arábia Saudita, Mattis visitará o Egito na quinta-feira e Israel na sexta-feira, onde se encontrará com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu colega Avigdor Lieberman, antes de ir para o Catar no sábado.

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