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Massacre em Oslo: o suspeito considera os fatos 'cruéis', mas 'necessários'

Norueguês de 32 anos, Behring Breivik preparou com muita antecedência a operação

Pouco antes de passar à ação, divulgou na internet um manifesto de 1.500 páginas, contendo injúrias islamofóbicas e antimarxistas (Getty Images)

Pouco antes de passar à ação, divulgou na internet um manifesto de 1.500 páginas, contendo injúrias islamofóbicas e antimarxistas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2011 às 13h03.

Oslo - O autor presumível dos dois atos que ensanguentaram a Noruega na sexta-feira, Anders Behring Breivik, com ideologia de extrema-direita, afirmou à polícia ter agido sozinho, descrevendo suas ações como "cruéis, mas necessárias".

Norueguês de 32 anos, Behring Breivik preparou com muita antecedência a operação que resultou na morte de pelo menos 92 pessoas, fazendo 97 feridos e um número intedeterminado de desaparecidos, segundo o mais recente e ainda provisório número divulgado pela polícia, nesta manhã.

Pouco antes de passar à ação, divulgou na internet um manifesto de 1.500 páginas, contendo injúrias islamofóbicas e antimarxistas.

O documento revela que o ataque já estava sendo preparado desde o outono (boreal) de 2009.

"Serei visto como o maior monstro (nazista) desde a Segunda Guerra Mundial", escreveu Behring Breivik, que se apresenta como um cruzado nessa espécie de diário, no qual destaca "o uso do terrorismo como um meio de despertar as massas".

Com várias referências históricas, o manifesto inclui numerosos detalhes da personalidade do agressor, seu modus operandi para fabricar bombas e seu treinamento de tiro, além de uma minuciosa agenda dos três meses que precederam o ataque.

O texto, escrito em inglês, tem o título "A European Delaration of Independence - 2083" (Uma declaração de Independência Europeia - 2083) e é firmado sob o pseudônimo "Andrew Berwick".

"Meu nome, Breivik, remonta à época anterior a dos vikings. Behring é um nome germânico pré-cristão que deriva da palavra Behr, que em alemão significa urso (...) e Anders (Andreas) é o equivalente escandinavo de (...) Andrew", explica.

"Um alvo prioritário é a reunião anual do partido socialista/social democrata", diz o texto, que também explica como montar uma empresa de fachada, mineradora ou agrícola, para adquirir explosivos.

O documento acaba assim: "Acredito que será minha última postagem. Estamos na sexta-feira, 22 de julho, às 12H51", apenas três horas antes da explosão de uma bomba no centro de Oslo e do posterior ataque à colônia de férias do Partido Trabalhista.

Behring admitiu que participou dos ataques, que "foram planejados há muito tempo", informou seu advogado Geir Lippestad.

Behring Breivik foi membro do partido Progressista (FrP, da direita populista) e de seu movimento jovem, além de participar de um fórum neonazista sueco na internet.

O FrP confirmou que Behring se filiou ao partido em 1999, mas saiu da lista de membros em 2006. Ele também foi o responsável local do movimento juvenil do FrP entre 2002 e 2004.

A polícia definiu Behring como um "cristão fundamentalista" de direita, hostil ao islamismo.

De acordo com Mikel Ekman, investigador da Fundação Expo, com base em Estocolmo, que monitora grupos de extrema-direita, Behring criou um perfil em 2009 sob um pseudônimo que pode ser rastreado para seu endereço de e-mail em um fórum neonazista sueco chamado Nordisk.

Fundado em 2007, o Nordisk conta com 22 mil membros na região.

Behring também aparece em um vídeo no Youtube que contém violentas proclamações contra o Islã, o marxismo e o multiculturalismo.

No vídeo, de 12 minutos, que alterna homenagens às cruzadas da Idade Média, textos anticomunistas e violentos ataques contra o Islã, Anders Behring Breiving aparece posando com um fuzil de assalto e descreve o islamismo como a "principal ideologia genocida".

O vídeo está dividido em quatro capítulos "O auge do marxismo cultural", "A colonização islâmica", "A esperança" e "A renovação".

"Ele está sendo cooperativo", declarou domingo à AFP uma porta-voz da polícia de Oslo, Viola Bjelland.

Os investigadores se recusam, no entanto, a fornecer por enquanto suas motivações e seu estado de espírito.

O massacre durou "cerca de uma hora e meia", confessou ele.

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