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Mascote de vacinação no México, o 'Pandemio', faz sucesso nas redes

Para animar quem vai se vacinar em um posto na Cidade do México e incentivar a atividade física, profissionais criaram o urso panda "Pandemio", que ganhou as redes com suas danças

Mascote de vacinação na Cidade do México (Televisa/Twitter/Reprodução)

Mascote de vacinação na Cidade do México (Televisa/Twitter/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2021 às 13h35.

Última atualização em 30 de julho de 2021 às 14h09.

Um mascote da vacinação no México virou febre nas últimas semanas.

É o urso panda "Pandemio", que faz danças que viralizaram nas redes sociais, enquanto anima os cidadãos mexicanos no aguardo da vacina contra o coronavírus.

O mascote dá expediente em um posto de vacinação do governo na Cidade do México, capital do país. O nome vem da combinação entre "panda" e "pandemia", em espanhol.

Pandemio, na verdade, faz parte de um trio de mascotes, ao lado de Pilita (um garoto) e Bongo (um macaco). Os personagens são interpretados pelos preparadores físicos Carlos García, Mariano Torres y Mauricio Rodríguez, que já trabalhavam na rede de saúde.

Os profissionais por trás das fantasias vão às salas onde a vacinação ocorre e dançam para os presentes. Segundo eles, o objetivo é ajudar os presentes a descontrair antes da vacinação.

"Há pessoas que vêm [ao posto] com dúvidas e medos e o primordial é que relaxem", disse à rede de televisão Televisa Carlos García, que interpreta o Pilita.

Mariano Torres, que interpreta o Pandemio, disse que o trio começou com coreografias básicas, mas que agora têm "um show montado".

Os profissionais afirmam que buscam, também, incentivar a atividade física mesmo em tempos de pandemia. Os vídeos divulgados nas redes sociais e na TV mexicana mostram os presentes sempre dançando ao som dos mais variados ritmos dos mascotes.

Apesar do trabalho dos mascotes, o México tem 35% da população de 128 milhões de habitantes vacinada com ao menos uma dose e 20% totalmente vacinada, e a vacinação ainda precisa avançar em meio ao risco com a variante Delta.

Pandemio e seus amigos são a princípio uma ação isolada, restrita a um posto específico e ideia da coordenação local.

https://twitter.com/Major_Tomassino/status/1420135141846945795?

No começo da pandemia, o governo mexicano chegou a criar a heroína "Susana Distancia", personagem para incentivar o distanciamento social - que ganhou até mesmo o próprio perfil no Twitter.

A personagem foi lembrada durante as comparações com Pandemio nas redes sociais, mas sua participação tem sido reduzida nos últimos meses, e o governo mexicano substitui Susana Distancia por outros tipos de propaganda oficial.

Indo contra seus próprios mascotes, a gestão do presidente Andrés Manuel López Obrador também foi criticada ao longo do ano passado por minimizar a gravidade do coronavírus.

Obrador fez eventos lotados, saiu às ruas e pediu beijos e abraços dos mexicanos, frequentemente sem máscara. Chegou a dizer que "não vai acontecer nada" caso as pessoas mantivessem o contato durante a covid e foi contra quarentenas no México.

Seja como for, os mascotes em campanhas de saúde não são novidade. No Brasil, o Zé Gotinha foi criado em 1986, para uma campanha de vacinação do Ministério da Saúde contra a poliomielite.

A criação foi do artista plástico e publicitário Darlan Rosa, em parceria com a Unicef, braço das Nações Unidas para a infância e juventude. O personagem é uma gota porque o objetivo era reduzir nas crianças o medo da vacinação, geralmente associada a agulhas. Com a tecnologia usada na vacina da poliomielite, as gotinhas já bastavam para a imunização.

Desde então, o Zé Gotinha tem sido usado para outras campanhas de vacinação no Brasil, incluindo contra o coronavírus.

Vacinação no México

A nova onda da pandemia no México preocupa em meio ao aumento dos casos nas últimas semanas e o impacto significativo no comércio e no turismo.

A economia sofre. O país ganhou meio milhão de desempregados a mais desde o segundo trimestre do ano passado e, apesar da taxa de desemprego oficial ser historicamente baixa (abaixo dos 5%), mais da metade da população está na informalidade, mascarando o desemprego real.

O produto interno bruto do México, que tem a segunda maior economia da América Latina (atrás do Brasil), caiu 8,5% em 2020.

A fatia de vacinados, de 35% com ao menos uma dose, também está abaixo das principais economias latino-americanos.

  • A taxa geral da América do Sul é de 43% da população vacinada com ao menos uma dose e 19% totalmente vacinada;
  • O Brasil tem 49% com uma dose e 19% totalmente vacinados;
  • A Argentina tem 54% com uma dose e 40% totalmente vacinados;
  • O Chile tem 72% com uma dose e 63% totalmente vacinados.

O presidente Obrador tenta, no momento, convencer o governo dos Estados Unidos a reabrir as fronteiras com o país, que estão fechadas desde o ano passado.

O governo Joe Biden prorrogou o fechamento de fronteiras com os vizinhos ao sul ao menos até o fim de agosto, devido ao temor do crescimento de casos com a variante Delta.

"Não podemos ter a fronteira fechada por muito tempo porque temos laços econômicos e comerciais que são estratégicos para o México e para os EUA", disse Obrador em entrevista coletiva nesta semana. "É um fato que manter a fronteira fechada por muito tempo vai afetar o comércio, especialmente na Califórnia e no Texas."

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