Mundo

Marinha italiana toma controle de navio com 450 imigrantes

Seis homens do corpo italiano da guarda-costeira chegaram ao cargueiro em um helicóptero militar e conseguiram tomar o controle da embarcação

Helicóptero de resgate: homens da guarda-costeira chegaram ao cargueiro em helicóptero militar  (AFP)

Helicóptero de resgate: homens da guarda-costeira chegaram ao cargueiro em helicóptero militar (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2015 às 10h20.

As autoridades militares italianas anunciaram nesta sexta-feira que tomaram o controle de um cargueiro à deriva, abandonado pela tripulação e com 450 imigrantes a bordo, em frente à costa da Calábria (sul).

Seis homens do corpo italiano da guarda-costeira chegaram ao cargueiro em um helicóptero militar e conseguiram tomar o controle da embarcação, indicou a marinha militar italiana.

Na manhã desta sexta-feira, o navio avariado se encontrava a 37 km da localidade calabresa de Crotone.

Ele transporta cerca de 450 imigrantes, homens, mulheres e crianças.

O navio "Ezadeen", de 73 metros de comprimento e registrado em Serra Leoa, foi localizado à deriva na quinta-feira em frente a Crotone (sul).

Em seguida, as autoridades marítimas contactaram o barco, mas inicialmente ninguém respondeu, até que uma mulher, uma das imigrantes, conseguiu explicar a situação por radiotransmissor, segundo o capitão Filippo Marini, porta-voz da marinha italiana.

"Estamos sozinhos, não há ninguém, nos ajudem", implorou esta mulher, segundo o capitão.

O cargueiro, abandonado pela tripulação e sem combustível, navegava à deriva em direção à costa italiana, onde corria o risco de colidir contra as rochas, indicou a marinha militar italiana.

A embarcação estava na manhã desta sexta-feira a 37 km de Crotone. Mas devido ao mau tempo deve atracar na noite desta sexta-feira no porto de Corigliano Calabro, bem mais ao norte, embora mais protegido, acrescentou esta fonte.

Segundo as autoridades italianas, o "Ezadeen" partiu da Turquia, mas um site especializado no acompanhamento do tráfego marítimo afirma, por sua vez, que passou pelo porto cipriota de Famagusta depois de ter abandonado o de Tartus, na Síria.

Uma nova tendência

Dois dias atrás, o mesmo helicóptero que levou os militares ao barco realizou uma operação idêntica para que a guarda-costeira tomasse o controle do "Blue Sky", outro cargueiro abandonado por sua tripulação que tinha cerca de 800 imigrantes a bordo, procedentes da Turquia.

"Uma hecatombe foi evitada", comemorou a marinha.

O "Blue Sky" chegou na manhã de quarta-feira a Galípoli, no sudeste da Itália, onde as autoridades atenderam centenas de clandestinos, em sua maioria sírios.

A Itália enfrenta nos últimos anos a crescente chegada de clandestinos que tentam alcançar a Europa pelo Mediterrâneo colocando suas vidas em risco. O total de pessoas que chegaram à Itália em 2014 supera as 160.000, ou seja, uma média de 450 imigrantes por dia, dos quais a metade são sírios ou eritreus.

A maioria deles viaja a bordo de botes ou velhos barcos pesqueiros procedentes da Líbia, onde o caos posterior à queda de Muanmar Kadhafi permite que os traficantes atuem livremente.

Mas a tendência atual é o recurso a embarcações maiores, como as utilizadas nesta semana, que permitem amontoar centenas de pessoas. O local de saída também parece ter mudado, já que a maioria dos barcos parece ter partido da Turquia.

Em 20 de dezembro, a guarda-costeira italiana socorreu diante da costa da Sicília, segundo a imprensa local, 800 imigrantes, em sua maioria sírios, a bordo de um cargueiro de 70 metros de comprimento, abandonado por sua tripulação, que ativou o piloto automático.

Este navio havia partido da Turquia.

A Marinha italiana foi muito solicitada nos últimos dias. Em 28 de dezembro precisou intervir para resgatar os passageiros de um ferry incendiado, um incidente que deixou 13 mortos e um número indeterminado de desaparecidos.

O ferry, o "Norman Atlantic", que viajava da Grécia à Itália, chegou nesta sexta-feira ao porto de Brindisi, onde as autoridades marítimas e judiciais o mantém imobilizado para investigar o ocorrido.

Teme-se que mais vítimas sejam encontradas no fundo do barco onde o incêndio foi declarado.

Atualizado às 11h20.

Acompanhe tudo sobre:ImigraçãoTransportesMarinhaNaviosacidentes-de-barco

Mais de Mundo

Governo Trump diz que revisará 55 milhões de vistos nos EUA em busca de problemas

Ataque contra helicóptero da Polícia da Colômbia deixa ao menos um morto e dois feridos

Furacão Erin provoca inundações no litoral dos EUA

EUA e Europa buscam opções para encerrar a guerra na Ucrânia