(Wikimedia Commons/Reprodução)
AFP
Publicado em 11 de março de 2018 às 12h13.
A líder da extrema-direita francesa Marine Le Pen foi reeleita como presidente da Frente Nacional (FN), que aboliu o título de presidente de honra que era atribuído a seu pai e cofundador do partido, Jean-Marie Le Pen.
Marine Le Pen, de 49 anos, candidata única, recebeu 100% dos votos.
A votação aconteceu por correspondência e o resultado foi proclamado neste domingo durante o congresso do partido.
Os quase 1.500 militantes presentes no congresso, em Lille, norte da França, aprovaram por 79,7% dos votos (20,2% contra) o novo estatuto que suprime a presidência honorária, anunciou o vice-presidente da FN, Jean-François Jalkh.
Este título havia sido concedido a Jean-Marie Le Pen, que presidiu o partido de extrema-direita francês durante 39 anos, de 1972 a 2011.
Por suas polêmicas e reiteradas declarações sobre o Holocausto judeu, o fundador da FN foi excluído do partido em 2015 por sua filha, que o sucedeu em 2011.
Marine Le Pen conquistou assim o terceiro mandato à frente do partido e pretende mudar a imagem da FN para transformá-lo em um partido de governo.
Como parte da estratégia, ela deve propor aos militantes um novo nome para a formação.
A exclusão de Jean-Marie Le Pen provocou uma longa batalha judicial entre pai e filha.
Jean-Marie Le Pen, que publicou suas memórias poucos dias antes do congresso, desistiu de comparecer ao evento, um fato sem precedentes para o cofundador do partido.
Ele havia ameaçado comparecer com o uso, se necessário, da "força pública". Mas a direção da FN advertiu que sua entrada estava proibida por sua exclusão como integrantes do partido político.
O patriarca, que mantém uma grane popularidade entre os simpatizantes da FN, optou por passar o fim de semana em uma livraria de Paris autografando seu livro de memórias.
Foto por Kremlin.ru, CC BY 4.0, Hiperligação